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01-04-2003

Pedreiro revelou contactos com Dória Vilar


Oliveira do Bairro

Oliveira do Bairro Pedreiro revelou contactos com Dória Vilar Um pedreiro que esteve para ser sócio de uma empresa ligada às alegadas burlas comerciais julgadas em Oliveira do Bairro garantiu ontem em tribunal ter mantido vários contactos com o advogado Dória Vilar. Perante o colectivo de juízes liderado por Paulo Valério, o pedreiro em questão, Sérgio S., precisou que o primeiro encontro com Dória Vilar ocorreu em 2000 perto da Moita, estando presentes mais 12 pessoas. No tribunal, o pedreiro identificou cinco arguidos como figuras envolvidas no encontro, entre elas o novo advogado de Carlos Silvino, «Bibi«, no caso de pedofilia associado à Casa Pia de Lisboa. O pedreiro disse que o relacionamento com o grupo começou através do arguido Carlos G., de quem se tornou «amigo pessoal«, que lhe prometeu vender materiais de construção «a preços competitivos«. No seguimento desta relação, foi-lhe proposta uma sociedade na empresa Auto-Duarte & Duarte, tendo-lhe sido dito que bastava «assinar a papelada da escritura« para se tornar sócio. Com o intuito de assinar a escritura - que segundo a testemunha acabou por ser inviabilizada pela falta de um documento - o pedreiro e dois arguidos deslocaram-se a Penacova, onde já estaria Dória Vilar, acompanhado de um «desconhecido«, que seria também futuro sócio da firma. Perante o colectivo de juízes, o pedreiro afirmou ainda desconhecer a actuação e o historial da empresa. Alegou que teria sido incentivado a tornar-se sócio da Auto-Duarte & Duarte «só para dar o nome e ter um ordenado« e citou informações daqueles arguidos de que a empresa teria um valor de 35 milhões de euros. Dória Vilar é um dos 22 arguidos neste processo, sendo acusado da prática de uma burla qualificada e duas receptações. O principal arguido é Vítor I., um industrial das Caldas da Rainha que se encontra detido à ordem do processo, acusado de dois crimes de associação criminosa, 770 crimes de falsificação de documentos, 753 crimes na forma tentada de burla qualificada e 98 crimes de burla qualificada. Os factos em julgamento desde Outubro do ano passado, estão descritos em 15.000 páginas e reportam-se aos anos de 1998 a 2000, altura em que, segundo o Ministério Público, Vítor I. engendrou um esquema para seduzir os fornecedores com o intuito de obter mercadorias para exportação sem as pagar, apoderando-se dos resultados das vendas. Nesta actividade, terá contactado, e alegadamente lesado, cerca de 400 empresas, muitas delas da Bairrada, sul do distrito de Aveiro. Dado o elevado número de envolvidos e a pequenez da sala de audiências do Tribunal de Oliveira do Bairro, o julgamento decorre no salão da Assembleia Municipal local. (20 Fev 03 / 8:43)

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