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01-04-2003

Stress no trabalho duplica risco de morte por doença cardiovascular


Saúde

Saúde Stress no trabalho duplica risco de morte por doença cardiovascular O stress no trabalho duplica o risco de morrer devido a doenças cardiovasculares, segundo um estudo de investigadores finlandeses publicado na última edição do British Medical Journal (BMJ). Os cientistas acompanharam, durante cerca de 25 anos, 812 empregados (545 homens, 267 mulheres) de uma fábrica metalomecânica finlandesa, todos saudáveis no início do estudo (1973). Ao longo de um quarto de século, os investigadores registaram dados relativos ao stress, pressão arterial, níveis de colesterol e índice de massa corporal dos empregados, através de questionários, entrevistas e exames médicos. Os investigadores consideraram dois conjuntos de factores na sua análise do stress no trabalho: esforço laboral (tanto maior quanto mais alto é o nível de exigência de tarefas e menor o apoio que é dado para a sua realização) e o desequilíbrio entre o esforço despendido e a recompensa obtida (ordenados, segurança no trabalho ou oportunidades de progressão na carreira). Apesar de se saber que estes dois factores contribuem para aumentar o stress no trabalho ainda não tinha sido demonstrado que constituíam factores de risco no desenvolvimento de doenças cardiovasculares. No estudo agora publicado pela BMJ, os cientistas concluíram que um alto esforço laboral e um desequilíbrio esforço/recompensa duplicam o risco de morte por doenças cardiovasculares. Para promover a saúde cardiovascular, além de deixar de fumar, moderar o consumo do álcool, comer menos gorduras e praticar exercício físico, os investigadores aconselham, com base nos resultados deste estudo, a também prevenir o stress no trabalho. O estudo demonstrou ainda que um alto nível de stress no trabalho está associado ao aumento de colesterol no sangue, outro factor de risco das doenças cardiovasculares. Dados divulgados sexta-feira pela Organização Mundial de Saúde (OMS) revelaram que o colesterol é responsável por cerca de um terço das doenças cardiovasculares, que causam 12 milhões de mortes por ano em todo o mundo. A OMS sublinhou ainda que mais de metade das mortes e das incapacidades provocadas pelas doenças cardiovasculares e acidentes vasculares cerebrais podem ser evitadas através de medidas simples e pouco dispendiosas. Acções nacionais para reduzir os principais factores de risco, como a hipertensão, o excesso de colesterol, a obesidade e o tabagismo, poderão diminuir em mais de 50 por cento as consequências das doenças cardiovasculares. No entanto, adverte a OMS, se não forem tomadas medidas e se se mantiver a tendência actual neste domínio, as doenças cardiovasculares serão responsáveis pela perda de 25 por cento dos anos de vida saudável em 2020. Estes dados resultam da primeira análise mundial do peso da morbilidade (relação entre os casos de doença e o número de habitantes de um aglomerado populacional) imputável aos principais riscos das doenças cardiovasculares: hipertensão, excesso de colesterol, tabagismo, obesidade, sedentarismo e consumo insuficiente de frutas e legumes. Os resultados completos desta análise serão publicados no «Relatório sobre a Saúde no Mundo em 2002«, que vai ser divulgado a 30 de Outubro. Lusa (22 Out / 12:43)

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