Carina Leal é a vencedora da edição deste ano do Prémio de Jornalismo Adriano Lucas, com uma reportagem intitulada “Filipe Lopes: o jovem que se fez agricultor”.
A decisão do júri foi ontem homologada pelo Executivo da Câmara de Coimbra, entidade que instituiu este galardão em parceria com a Universidade de Coimbra e o Diário de Coimbra, em homenagem a Adriano Lucas, director “in memoriam” do Diário de Coimbra. Um júri constituído por cada uma das referidas entidades a que se juntaram dois convidados: o antigo reitor da Universidade de Coimbra, Rui de Alarcão, e o jornalista Jorge Castilho. Além do trabalho vencedor - a que corresponde um prémio monetário de 1.500 euros -, o júri entendeu atribuir duas menções honrosas: uma ao trabalho “Cochofel: aristocrata e poeta das causas dos simples”, da autoria de Vitalino José Santos, e outra à reportagem “Portugal tem mais encanto na hora da despedida”, redigida por Marta Carvalho Costa.

O trabalho vencedor
“Nos últimos anos, muitas pessoas decidiram (voltar a) emigrar. Mas, houve outros que ficaram, apesar da conjuntura económica não ser a mais favorável. Dei por mim a olhar, sobretudo, para esses que ficaram e decidiram arriscar em projectos próprios. Admirei-lhes a ousadia, persistência e coragem. Nesses há, pelo menos, um almagreirense que, uns anos mais novo do que eu, vi crescer”, diz-nos Carina Leal, quando convidada a explicar a razão da sua reportagem. “O Filipe é um exemplo de que, fazendo o devido estudo de mercado, se pode investir na terra em que se cresceu. A agricultura não nos é estranha, de todo. Crescemos cada qual na sua aldeia, em que as famílias produzem para consumir em casa. Escolhi contar a história do Filipe por acreditar que o seu exemplo pode servir de motivação para muitos que, tal co­mo ele o fez, procuram um caminho”, refere Carina Leal, de 32 anos, licenciada em Ciências da Educação na Universidade de Coimbra e actualmente freelancer a colaborar, em Lisboa, com o “Media Lab” do Diário de Notícias, um projecto de literacia mediática. Carina Leal já trabalhou no Diário de Coimbra e, em 2010, venceu um prémio do Alto Comissariado para Imigração e Diálogo Intercultural com um conjunto de reportagens publicadas no Diário de Coimbra sobre imigrantes.
“Receber este prémio significa reviver dias em que escrevi e fui muito feliz a fazê-lo. O Diário de Coimbra ensinou-me, em tempos idos, a escrever histórias de vida e, apesar de já não as escrever com regularidade, estou-lhes sempre atenta. Poder voltar a publicar um trabalho na casa em que comecei o meu percurso profissional é uma felicidade imensa. Lembro-me frequentemente com saudade e, sobretudo, gratidão de todos aqueles que um dia me ensinaram”, acrescenta a vencedora do prémio. |