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15-07-2015

“O PCI é um instrumento de cooperação e criação de conhecimento”



Muita tinta correu. Alguns populares e a Quercus chegaram a tentar impedir o avanço da obra do Parque de Ciência e Inovação (PCI), localizada na sua grande parte no município de Ílhavo, mas que terá também um pólo em Aveiro. Apesar da contestação, os responsáveis pelo empreendimento sempre defenderam a legalidade e o interesse da construção de um equipamento que pode trazer à Universidade de Aveiro e à região um forte instrumento de contacto com o mundo, com investimentos e com a criação e difusão de conhecimento. A cerca de um ano de concluir a primeira de três fases da obra que, no total, vai representar 32 milhões de euros de investimento, Manuel Assunção, reitor da Universidade de Aveiro (UA), e Ribau Esteves, presidente da Comunidade Intermunicipal da Região de Aveiro (CIRA), dão a primeira grande entrevista sobre o PCI. Os representantes das duas entidades com maior percentagem nesta sociedade levantam um pouco do véu sobre onde quer chegar este equipamento “único” e “inovador” em Portugal.

Diário de Aveiro: O PCI apresenta-se como um espaço com uma “localização privilegiada”, sendo que a localização foi um factor que levantou alguma polémica. O que custou conseguir a referida “localização privilegiada”?
Manuel Assunção (MA): Esta “localização privilegiada” significa estar próximo da UA. Estar em contiguidade com a universidade foi uma pedra de toque deste projecto desde o primeiro instante. É uma realidade conhecida a nível internacional que estes projectos em que queremos juntar gente que está a fazer investigação com quem está mais do lado da criação de novas empresas e da transferência do conhecimento têm de conviver no mesmo espaço físico. É assim que nascem as ideias e se cruza gente com uma sensibilidade maior para investigação e para a criação de novos produtos. Não se trata de fazer um parque industrial. Esse foi um enorme equívoco que algumas pessoas quiseram criar. Não há aqui nenhum equívoco: isto é um parque de ciência e inovação que, para ter sucesso, tem de crescer perto de onde nascem as ideias novas, que são as universidades. Nós estamos aqui para criar riqueza, para instalar e criar empresas novas. E acreditamos no que estamos a fazer, como tal, temos de preencher as condições para que isto possa acontecer.

Ribau Esteves (RE): A nota complementar é que, para que isto fosse possível, fez-se uma alteração ao plano director municipal de Ílhavo, para que este objectivo fosse cumprido nos instrumentos de planeamento de território. E isso permitiu-nos criar as condições de base legal para que o objectivo que o senhor reitor acabou de referir pudesse ser executado.


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