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01-04-2003

Notas e Comentários


Crónica da América

Crónica da América Notas e Comentarios Manuel Calado Estive a semana passada em Falmouth, numa festa muito simpática.Uma festa do Espírito Santo da Comunidade Terceirense do Cape Cod. Aqui em New Bedford, nunca se deu muita importância às comunidades lusas do Cape Cod e Ilhas.São comunidades antigas, compostas em grande parte por gente da segunda e terceira gerações A Igreja de Santo António, em Falmouth,agora paroquiada por um sacerdote irlandês, por acaso muito espirituoso, que inicia sempre as homilies com uma anedota a laia de parábola, que põe toda a assembleia a rir,é a única que eu conheço,com as armas, a coroa e o escudo dos reis de Portugal, por cima do Altar-Mor. E num dos vitrais das janelas, simbolizando várias cenas do trabalho, vê-se um alvião, tipo enxada da Ilha do Pico, que parece não existir em qualquer outra ilha. No cemitério,junto da igreja, os nomes portugueses são mais numerosos do que os de qualquer outra etnia. Pois foi na igreja de Santo António que teve lugar a missa de coroação,a que eu nunca tinha assistido,e cuja cerimónia é exclusiva da tradição acoriana do Espirito Santo. E um facto interessante foi ver as mulheres irlandesas que compunham o coro, cantarem em português-arranhado, o “Queremos Deus«, que eu entoava nos meus tempos de menino da doutrina. À entrada do tempo, a Banda de Nossa Senhora dos Anjos,de New Bedford, tocou o Hino do Espírito Santo, que, ouvido por acorianos em qualquer parte do mundo,é suficiente para causar arrepios de comoção, como se fosse o Hino Nacional. Fora do Império do Espírito Santo, onde foram servidas as tradicionais sopas bentas,com pão de trigo, com o cheirinho incomparável da hortelã,carne de vaca e porco,chourico, vinho, massa sovada e rosquilha, fiquei surpreendido com o número de compatriotas mais idosos que naquelas paragons escutam diariamente a WJFD,e os comentários dete «pregador« de meia-tigela que, não sendo açoriano,aos Açores está duplamente ligado por laços familiares, e se sente como se das ilhas fosse. Termino estas falas, enviando um carinhoso abraço a todos esses compatriotas que, ao longo de várias écadas,vêm escutando a minha voz,sem nunca terem visto em carne e osso a pessoa que lhes fala. Fazer trabalho pode constituir uma metáfora trágica dos nossos dias. No subconsciente de todo o ser humano,existe o desejo oculto de acabar com o trabalho.E o objectivo de quem trabalha é, algum dia,deixar definitivamente de trabalhar. Mas há quem precise de «criar« trabalho.E quando não há meios legítimos de o fazer,lança-se mão do crime,com consequências desastrosas. E foi precisamente o que aconteceu no estado de Arizona,onde um bombeiro part-time pretendeu criar emprego,algo que fazer,para viver.E para um bombeiro, o trabalho é apagar incêndios. Mas, se não há incêndios, não há trabalho.E Leonard Greg, de 29 anos, queria trabalhar. E, como o único trabalho de um bombeiro é apagar fogo,Leonard Greeg achou uma solução para o seu caso.Fazer fogo..Sim fazer fogo, e logo teria fogo para apagar. Feliz ou infelizmente ,o Greg foi apanhado com a boca na botija... do fogo.Confessou o tresloucado e criminoso acto, e agora está metido numa camisa de onze varas, como se dizia. O pior é que Greg nao foi o primeiro nem o último bombeiro a fazer fogo para apagar. Terry Barton, empregado dos serviços florestais, oi também acusado, no princípio de Junho, de ter iniciado o mais destrutivo incêndio florestal na história dos Estados Unidos,no Estado de Colorado. Numa audiência perante o tribunal federal Greg disse:« I«m sorry for what I did«.Como neste mundo,têm de morrer uns para dar vida a outros,o infeliz bombeiro do Arizona entendeu que fazendo fogo, era a única maneira de ter fogo para apagar. Nunca é tarde ,apesar da nossa ausência de duas semanas, partilhar com os nossos irmãos brasileiros da alegria contagiante que viveram e continuam a viver,por todos os séculos dos séculos com a vitória da seleção canarinha, ao arrebatar uma vez mais o cobiçado trofeu de campeã do mundo e arredores.Um feito fantástico, num ano em que a equipa das quinas deixou a nossa honra pelas ruas da amargura. Foi um fiasco para a história do futebol português,considerado pela imprensa mundial como a Quinta potência no mundo do futebol,onde os homens da bola recolhem euros aos milhões e o futebol é tão importante como a Senhora de Fátima ou o PPD. Num restaurante local, um torcida carioca, levantou o seu copo bem alta e gritou a toda a força dos pulmoes.«Brasil é número um ! E será sempre número um até eu morrer!« Escusado será dizer que os portugueses, atraves do mundo,e depois da vergomha da sua equipa, vibraram também com a vitoria dos brasileiros. (17 Jul / 3:42)

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