Este é, eventualmente, o depoimento mais sofrido que o Diário de Aveiro vai publicar, no âmbito da celebração do Dia Internacional para a Eliminação da Violência contra Mulheres. Mais um testemunho de uma mulher vítima de violência doméstica, que abandonou a sua casa há seis anos, fugindo a um casamento que ninguém merece. Contudo, ainda que a violência, física, emocional, psicológica e até financeira, já não faça parte dos seus dias, as “dores” continuam muito presentes.
E foi com custo e algumas lágrimas que aceitou recuar mais de duas décadas e lembrar a primeira bofetada que apanhou do marido, estava grávida de cinco meses do primeiro filho. Devia ter reagido, “mas era uma criança, inexperiente, impreparada para lidar com a violência. Casei com 20 anos, era uma menina. Mas casei por amor, também por isso aguentei tanto... e pelos filhos”.