O futuro do grupo PT não vai ser colocado em causa pela venda a estrangeiros e para Ribau Esteves acredita que o futuro da PT Inovação não está em causa. Assumindo-se como “liberal”, o autarca de Aveiro admite que talvez até seja positivo para a PT deixar as ligações e o peso que tem na vida política em Portugal mas, por outro lado, admite que a sua manutenção sob bandeira nacional também pode ter a sua importância.

“Qualquer português que gosta de ser português está preocupado. Eu sou um liberal, da ala direita do PSD, e não tenho medo do mercado. A PT é melhor ou pior governada por portugueses, brasileiros ou franceses? Não sei. Tenho uma visão aberta da economia do mercado e gosto dessa economia. Há áreas da economia que alguém que tem no Estado um elemento importante da vida prefere que estejam debaixo de interesses que gostem desse estado. Eu preferia que alguns setores fossem liderados por capitais portugueses. É verdade que estas frases que disse têm ponto de conflito umas com as outras”.

A venda da PT está a gerar dúvidas e o tema entrou na agenda política e económica. Pedro Martins, vereador do PS em Ílhavo, admite que se trata de uma questão preocupante pelos impactos que pode gerar. “O país tem que avançar para investimento público seletivo e apoiar empresas que mereçam esse apoio. Fala-se que a PT Inovação pode funcionar em regime de outsourcing. Isso é grave. É grave que um governo não esteja atento a empresas que empregam milhares de portugueses e ficam quietinhos por questão ideológica”.

Hugo Rocha, do PP, admite que a questão da PT é preocupante mas deve ser encarada numa perspetiva suprapartidária. “A questão da PT preocupa mas já algum tempo. Deve preocupar da Esquerda à Direita. E o Sócrates preocupou-se com a Quimonda e com os Estaleiros e Viana”?”

Pedro Soares diz que o Governo tem obrigação de defender a PT nomeadamente as unidades de investigação como a PT Inovação. O líder parlamentar do Bloco de Esquerda, deputado eleito por Aveiro, diz que a privatização pode colocar em causa a sobrevivência de unidades de ponta. “O centro de investigação de Aveiro é essencial que se mantenha no país pelo conhecimento gerado, pela ligação à UA e por todos os serviços que não podem ser destruídos e tem que estar ao serviço do país”.