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24-10-2014

UA estuda lançamento de curso sobre questões marítimas.


A Universidade de Aveiro está a estudar a melhor forma de criar formação especializada em questões marítimas. O responsável pela ...

A Universidade de Aveiro está a estudar a melhor forma de criar formação especializada em questões marítimas. O responsável pela Plataforma Tecnológica do Mar admite que a pressão é cada vez maior mas confessa que uma decisão terá de ser bem fundamentada para evitar erros e formações sem empregabilidade.

Luís Menezes Pinheiro foi interpelado por participantes na mesa redonda realizada esta noite na Fábrica da Ciência sobre a economia do mar em particular a construção naval.

Participantes levaram à discussão o facto de um electricista não ter, muitas vezes, conhecimentos específicos em temática marítima ou o facto da construção naval assentar hoje em plataformas tecnológicas complexas cujo domínio exige formação de base e refrescamentos aprofundados.

“É um dos objectivos. Juntar academia e indústria. Não queremos criar cursos por criar mas interessa ter a participação da indústria. Penso que a parceria é chave para avançarmos para que os cursos respondam. Este diálogo está a começar a estabelecer-se”.

A ligação à indústria e a outros centros de conhecimento espalhados pelo mundo são apostas que a UA estará a medir. “Estamos a estudar. Tem que ser uma coisa bem pensada e nesta fase estamos a analisar modelos. Tem que haver formação de base e depois formações por módulos ´a la carte`. Pensamos em consórcio com empresas e outras instituições de ensino que já provaram que têm resultados. Não adianta estar sempre a inventar a roda”.

O investigador acredita que a economia do mar será referencial de futuro mesmo que ainda não sejam reconhecidos muitos sinais dessa dinâmica. “Temos várias áreas de engenharia em contacto com a Marinha. Temos um grupo a trabalhar na robótica. Temos também investigação em novos materiais com projectos de produtos anti corrosão. Queremos potenciar todas estas valências”.

Na plateia foram registadas opiniões de professores universitários que defendem, exactamente, modelos aplicados noutros países com formações intensivas na área do mar para quadros que procuram respostas específicas.

Exemplo dado por um professor universitário da Universidade de Newcastle que desenvolve formações de temática marítima em parceria com uma instituição de Singapura.

Foram, também, registadas vozes locais de quem vê quase perdido um património valioso na construção naval ou em sectores agregados a esta área. “Eu fui para os Estados Unidos tirar um curso de carpintaria naval”, explicava um jovem que esteve no Estado do Maine. “Sempre que Portugal singrou foi quando se virou para o mar”, disse outro dos participantes.

Dos Armadores da Pesca Industrial saiu a nota de preocupação. “Nos últimos anos não houve fundos para navios e no próximo quadro há dinheiro para tudo menos para navios. São 14 anos sem novas construções. As pessoas falam do mar e pensam que a ida para o mar se faz de patins”.


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