A Escola de Artes e Ofícios de Ovar foi ontem palco da conferência “Orla Costeira - Um activo nacional”.

Para Salvador Malheiro, Presidente da Câmara Municipal de Ovar, “é a hora certa para mudarmos de paradigma e encontrarmos soluções inovadoras que nos permitam ganhar terra ao mar. Não queremos mais estudos, queremos obras no terreno que protejam as pessoas e os bens e potenciem a nossa orla costeira”. Paulo Lemos, Secretário de Estado do Ambiente, garantiu que o Governo “vai continuar a priorizar o litoral e estamos a definir as acções a realizar, com ênfase para os projectos inovadores e mais eficientes”.

Salvador Malheiro abriu a conferência que teve por objectivo sensibilizar o Estado português, e os seus agentes políticos e administrativos, para a necessidade de discriminação positiva da costa de Ovar através da utilização de soluções inovadoras.

Neste sentido o autarca recordou as intervenções em curso e previstas a curto prazo no Município de Ovar, afirmando que “temos pela frente um Novo Quadro Comunitário, os ITI – Investimentos Territoriais Integrados, um novo POOC – Plano de Ordenamento da Orla Costeira, pelo que esta é a hora certa para que se discrimine positivamente a nossa costa e se mude de paradigma para que sejam encontradas soluções que permitam ganhar terra ao mar”. Adiantando que o Quadro Comunitário 2014-2020 deverá disponibilizar mais de três mil milhões de euros para programas operacionais vocacionados para a defesa do ambiente, o Secretário de Estado do Ambiente, garantiu que o Governo “vai continuar a priorizar o litoral e, nesse sentido, foi recentemente criado o Grupo de Trabalho para o Litoral. Estamos a definir as acções a realizar, com ênfase para os projectos inovadores e mais eficientes, que estejam em experiência na nossa costa e até noutros países”.

Nesta conferência intervieram ainda dois especialistas nestas temáticas, António Trigo Teixeira, professor de Hidráulica e Recursos Hídricos e Ambientais no Instituto Superior Técnico, e Filipe Duarte Santos, Coordenador da Estratégia de Gestão da Zona Costeira Nacional, que defenderam que a aplicação de soluções mais eficazes e economicamente viáveis no litoral depende de maior monitorização territorial, para previsões a longo prazo.

Na sessão de encerramento, José Eduardo Matos, Secretário Executivo da CIRA – Comunidade Intermunicipal da Região de Aveiro, apresentou o resumo e as conclusões da conferência, passando de seguida a palavra a Ribau Esteves, Presidente do Conselho Consultivo da CIRA que defendeu uma gestão integrada da Defesa da Costa, mas localmente liderada, adiantando que “é minha convicção que estamos mais capacitados do que nunca para dar este passo”.