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01-04-2003

Divorciados e recasados na Igreja Católica


Águeda

Regional > notícia 18-04-2002 2:24:00 GMT. Notícia 3548960 Temas: aveiro, portugal, religião Religião Divorciados e recasados «cabem« na Igreja Católica - bispo de Aveiro O bispo de Aveiro, D. António Marcelino, condenou em Águeda a marginalização dos católicos divorciados ou recasados, embora nunca questionasse o disposto no Direito Canónico a esse respeito. «Ninguém deve ser expulso, ninguém está a mais. A Igreja tem de ajudar estas pessoas que não cometeram qualquer atentado à fé«, sustentou D. António Marcelino. Mas, como manda o Direito Canónico e como lembrou o prelado, «não têm direito à confissão e à comunhão«. A doutrina oficial da Igreja Católica considera que o casamento dura até à morte, pelo que condiciona a participação dos divorciados e recasados em certos rituais. Na perspectiva de D. António Marcelino, tais condicionamentos não podem ser encarados como castigos, mas «apenas como limitações de direitos«. Garantiu, a propósito, que há divorciados-recasados em «destaque« nas actividades da sua Diocese e disse tratar-se de «gente generosa e empenhada«. «A Igreja deve procurar sempre as melhores resposta para os problemas que se lhe deparam«, acrescentou o prelado, que falava quarta-feira à noite na paróquia de Recardães, no âmbito de uma deslocação pastoral ao concelho de Águeda. Na sua palestra, o bispo de Aveiro admitiu que a Igreja deixou «marcas (negativas) muito fortes« pela forma como encarou o divórcio e o segundo casamento, mas sustentou que essa postura deu lugar a «uma nova visão«. «Houve uma evolução enorme. Hoje a problemática não deixa de ser um grande desafio para a Igreja, mas esta não pode abandonar ninguém, muito menos os baptizados«, frisou. Referindo-se ao aumento considerável de divórcios a partir da década de 80 do século XX, D. António Marcelino disse que a maioria resultou de casamentos alicerçados «na falta de preparação e na imaturidade« dos nubentes. «Estou convicto de que muitos casamentos que se fazem na Igreja são nulos, mas isso é muito difícil de provar«, referiu. Aludiu ainda à forma como a maioria dos pedidos de anulação de casamentos católicos são recebidos pelo tribunal eclesiástico, defendendo que a postura daquela instância «é séria, mas não rígida«. Lusa (18 Abr / 9:00)

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