O avanço do mar durante tempestades pode ultrapassar, em 2025, os 11 metros na Barra-Vagueira, sendo as alterações climáticas responsáveis por 15% do problema, segundo o estudo coordenado pela investigadora Luísa Schmidt, no âmbito do projecto CHANGE - Mudanças Climáticas, Costeiras e Sociais - Erosões “Glocais”, Concepções de Risco e Soluções Sustentáveis em Portugal, apresentado ontem.

Segundo a investigadora do Instituto de Ciências Sociais (ICS) da Universidade de Lisboa, cujo estudo que coordenou teve como objectivo estudar os problemas de natureza social e ambiental na linha de costa, a zona da Barra-Vagueira “é uma das mais vulneráveis do país e uma das mais vulneráveis da Europa”, entre a Ria de Aveiro e o mar.
“Temos susceptibilidade elevada sobretudo na zona da Barra-Vagueira” e, num cenário pessimista, para 2025, há “uma quota máxima de espraio [expansão das águas] de 11,6 metros, que é imenso, e uma quota de inundação 2,5 metros, e [estão] previstos galgamentos”, com o mar a ultrapassar as protecções, disse. Na Costa da Caparica, o nível de inundação atingirá os 2,5 metros, em 2025, e um nível de espraio de 13,7 metros”, acrescentou.
As previsões apontam para a possibilidade do fim do areal da Vagueira e os galgamentos serão mais frequentes. Admite-se, ainda, que até ao final do século as marés vivas em preia-mar provocarão a inundação da Vagueira.