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01-04-2003

Em estado de graça


II Divisão b

Beneditense, 0 - OBSC, 1 Em estado de graça Manuel Zappa Parque Jogos Fonte da Senhora, na Benedita. Árbitro: António Marçal. Auxiliares: Ernesto Rodrigues e Carlos Medina. Equipa do CA da AF Lisboa. BENEDITENSE: Paulo; Penas, Macedo, Gila e Cid; Hamilton, Hugo (Rogério I, 51m), Zé Simões (Kimmel, 59m) e Bruno Paulo; Caleiro (Rogério II, 74m) e Nino. Treinador: Rodrigo Moura. OLIVEIRA DO BAIRRO: Mário Júlio (4); Paulo Costa (5), Hernâni (4), Roberto Carlos (5) e Pazito II (4); Tó Miguel (5), Miguel Tomás (4) e Pedro Paula (5); Pazito I (3), Serrão (3) e Jaimito (3). Substituições: Aos 89m; Pazito I por Jorgito (1); 89m, Jaimito por Vitinha (1). Treinador: Gabriel Mendes. Ao intervalo: 0-1 Marcador: Miguel Tomás (36m). Disciplina: cartão amarelo a Hugo (29m), Pazito II (46m), 57m), Roberto Carlos (70m), Miguel Tomás (79m) e Paulo (79m). Cartão vermelho a Nino (79m). A atravessar uma das melhores fases da época, quer físicos quer em termos exibicionais, o Oliveira do Bairro voltou a realizar uma exibição plena de categoria e de grande autoridade. Pena foi que o seu caudal atacante, ou por outras palavras, a forma exímia como abordou o contra-ataque não lhe desse outra expressão no resultado, tais foram as oportunidades desperdiçadas. Numa tarde de rigoroso inverno, ambas as equipas se apresentaram em campo com estado de espírito diferentes. O Beneditense, ávido de pontos, enquanto os Falcões na procura da melhor classificação e na perspectiva de darem sequência aos últimos resultados. Os locais entraram melhor no jogo, contudo o seu suporte ofensivo durou pouco mais de quinze minutos e sem qualquer perigo para a baliza de Mário Júlio. É que a boa organização defensiva do Oliveira do Bairro, cuja grande novidade foi a estreia a titular de Roberto Carlos no eixo da defesa, numa posição que não lhe é familiar, mas que nada inibiu o ex-júnior que, com uma personalidade incrível, mais pareceu que já jogava naquela posição há muito tempo, sendo claramente uma aposta ganha de Gabriel Mendes -, e a consistência do seu meio campo, paulatinamente, levaram o Beneditense ao tapete. A ansiedade e alguma intranquilidade apoderaram dos seus jogadores, ao contrário dos bairradinos, que, com grande mérito, ganharam clara supremacia em todos os sectores. Entre o minuto dezoito e o minuto vinte cinco, Miguel Tomás, Serrão, Jaimito e Pazito I, tudo em lances envolventes de ataque organizado, desperdiçaram o golo, mas como quem porfia quase sempre alcança, aos 36 minutos, a tendência do jogo por banda dos Falcões foi coroada de êxito. Paulo Costa centrou para a área onde surgiu Miguel Tomás, mais rápido que os centrais contrários, de cabeça, a colocar a bola fora do alcance de Paulo. O Benditense, só aos 40 minutos, através de Caleiro, incomodou Mário Júlio, com o seu remate a bater ainda na parte de fora do poste esquerdo. Muito pouco para uma equipa que precisava de ganhar para fugir aos lugares de descida, porém, apenas uma equipa esteve em campo, o Oliveira do Bairro, diga-se bastante consistente e harmoniosa. No início da segunda parte, o Beneditense entrou disposto a assumir as despesas da partida e logo nos primeiros minutos, Caleiro e Hugo deram mostras do inconformismo dos locais. Todavia, o Oliveira do Bairro soube muito bem ganhar os espaços que lhe foram concedidos para fazer miséria no último reduto contrário. Aos 56 minutos, num bom lance de ataque, tanto Miguel Tomás como Pazito I não conseguiram desfeitear Paulo, que rubricou duas excelentes defesas e, aos 60 minutos, Miguel Tomás, de cabeça, quase repetia o segundo golo marcado ao Pombal, num livre perfeito de Paulo Costa. Rodrigo Moura, vendo o crescendo do adversário e a pouca qualidade do seu futebol do meio campo para a frente, reforçou aqueles dois sectores. Foi então que se viu um Beneditense mais determinado à procura do golo do empate que, por duas situações, esteve quase acontecer, ambas protagonizadas por Bruno Paulo. Com o passar dos minutos, os locais intensificaram o seu domínio, mas, diga-se em abono da verdade que todas as soluções colocadas em campo pouco ou nada beliscaram a postura do Oliveira do Bairro, uma equipa mais serena, que soube sempre calcular as manobras do adversário e também as suas iniciativas. A serenidade que o Beneditense não teve, aliás bem expressa na agressão de Nino a Miguel Tomás, que lhe valeu a expulsão, deixando ainda mais órfã a equipa da Benedita. Mesmo em inferioridade numérica, os locais nunca baixaram os braços e, aos 80 minutos, valeu Roberto Carlos oferecer o corpo à bola para travar um pontapé de ressaca de Rogério II. Em período de descontos e com as entradas de Jorgito e Vitinha, o Oliveira do Bairro esteve por mais de uma vez perto do golo. Miguel Tomás não levou a melhor sobre Paulo, Jorgito viu Macedo substituir o seu guarda-redes e, na sequência na jogada, Tó Miguel e companhia, numa espécie de “tiro ao boneco”, não conseguiram acertar com a baliza. No cômputo geral, a vitória do Oliveira do Bairro não sofre o mínimo de contestação e o resultado final só peca por ser escasso, num jogo que contou com uma excelente arbitragem. Jogo de opiniões Rodrigo Moura, treinador do Beneditense: «A frieza dos números« Penso que o resultado não traduz o futebol praticado por ambas as equipas. Sabia que o Oliveira do Bairro pratica um futebol enleante e virado para o contra-ataque, mas, na segunda parte, o nosso domínio merecia outro resultado, pelo menos o empate. Tenho que me render à frieza dos números. briel Mendes, treinador do Oliveira do Bairro: “Vitória para o Eng. Soares” A vitória é justa, embora pelos golos falhados e pelo futebol praticado, o resultado é escasso, dado que fomos claramente a melhor equipa em campo. Demos continuidade aos jogos com o Covilhã e Pombal, realizando mais uma excelente exibição. Não é meu hábito fazer apreciações individuais, contudo gostaria de destacar o excelente desempenho de Roberto Carlos. Para terminar, em meu nome pessoal e também de toda a equipa, queria dedicar esta vitória ao Eng. José Carlos Soares, um dirigente e um adepto assíduo, que na viagem para a Benedita sofreu um acidente, privando-o de assistir ao jogo, desejando-lhe rápido restabelecimento. Melhor Falcão – Pedro Paula Grande momento de forma A exemplo do que vem fazendo em anteriores jogos, começou muito bem o jogo, pautando-o, dando-lhe fluidez, colocando a bola num e noutro flanco, com grande precisão no passe e, quando a conjectura lhe era favorável, empurrou a equipa para a área contrária. Com Tó Miguel a seu lado e o virtuosismo de Miguel Tomás, Pedro Paula voltou a ter uma influência máxima sobre o jogo colectivo da equipa, sendo um jogador preponderante na sua manobra e em grande forma. Uma palavra para a grande exibição de Roberto Carlos. De médio centro e esquerdo, Gabriel Mendes apostou nele como central, tendo o jovem jogador revelado uma personalidade e um à vontade invulgar para quem jogava pela primeira vez como titular. Uma aposta ganha e a merecer novas apostas!

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