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04-03-2014

Venezuela: Sacerdote português apela ao fim da violência no país



“Seria um erro não manifestar-se por causas justas, mas também é um erro gravíssimo confundir o protesto com a violência", disse o sacerdote, que pede à comunidade portuguesa para ser prudente.
“Aqui falta um discernimento e amadurecer as nossas ideias”, afirmou o sacerdote.
Lamentando a morte das pessoas que foram assassinadas nas últimas três semanas no meio dos protestos de estudantes e opositores, o sacerdote alertou para o alto índice de homicídios e lamentou a violência no país.
"O que acontece é que na Venezuela morrer no meio da violência” é um ato “quotidiano” “e isto vai fazendo com que o nosso coração se endureça, que percamos a sensibilidade humana ", disse.
Os portugueses e lusodescendentes “também saem para a rua” em manifestações, mas “o que eu peço” é que “não percamos o sentido”, disse.
Por seu turno, alguns dos portugueses que se associam aos protestos reclamam uma mudança de política no país.
"Queremos liberdade, não queremos deixar as nossas terras porque não é fácil abandonar algo que amas. Queremos a liberdade, não apenas para os opositores é para todo o povo venezuelano. Não queremos converter-nos numa Cuba, não queremos miséria, somos um país que tem muita riqueza", disse a lusodescendente Marjorie dos Santos.
Por isso juntou-se aos protestos contra a "insegurança, a impunidade, a injustiça, a escassez: um problema nacional, que cada vez está pior", explicou, salientando que a “a oposição não sai com armas às ruas, mas com cartazes” mas depois tem que enfrentar as “agressões” da Guarda Nacional.
Outro estudante, Nelson da Silva, diz não saber o que irá acontecer ao país: “Estamos passando por uma censura muito grande nos meios de comunicação” e “não temos nenhum meio que expresse o que precisamos”.
No seu entender, "depois de 15 anos deste governo as coisas estão piores, não evoluímos nada, retrocedemos".
"A democracia não está só baseada em eleições, está na liberdade de expressão. Ter medo de sair a protestar não é democracia”, acrescentou.
A Venezuela está imersa num conjunto de protestos que nas últimas semanas já fizeram vários mortos, para além de 260 feridos e 700 detidos.


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