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01-04-2003

Uma conversa sobre a CVB


Anadia

Uma conversa sobre a COMISSÃO VITIVINÍCOLA DA BAIRRADA A ida ao Brasil, que se estendeu por S.Paulo, Belo Horizonte e Rio de Janeiro, foi, desde sempre, a melhor acção, jamais realizada pela nossa região naquele país. Talvez, em virtude desta acção a quota de mercado não caiu, enquanto que nos restantes países se verificaram oscilações. Por isso, no próximo mês de Junho, vai repetir-se esta acção, com as mesmas características e intenções. Os resultados imediatos alcançados residem no conhecimento que os profissionais brasileiros passaram a ter da verdadeira imagem do Vinho da Bairrada, muito diferente daquela que tinham através dos vinhos que lhes chegavam ao conhecimento por intermédio dos importadores. Por isso, este ano, a exigência na selecção dos vinhos a apresentar será maior, porque se verificou ser possível apresentar vinhos com mais alto grau de qualidade. O projecto da Zonagem dos Solos da Bairrada foi proposto, na sua forma original, à Comissão de Coordenação da Região Centro (CCRC), onde foi aprovado na Unidade de Gestão, tendo sido depois enviado à Ministra do Planeamento para homologação, o que surpreendentemente não aconteceu. Presentemente, está em estudo uma nova forma de apresentação para ser encaminhada para o Ministério da Agricultura. Este projecto é fundamental para o conhecimento preciso dos vários “terroir” para a casta Baga. Se for aprovado,como se espera, constituirá, em conjunto com os de “Promoção Externa” e “Topografia da Vinha e do Vinho”, o maior investimento até agora feito pela CVR, cerca de um milhão de Euros, abrangendo três anos. Face à opinião de muitos produtores, que defendem a diminuição da percentagem da casta Baga nos vinhos tintos Bairrada, o Presidente da CVRB afirma que o assunto terá de ser debatido e aprovado pelo Conselho Geral e então a Comissão apresentará à tutela o pedido de alteração da legislação. Contudo e embora também concorde com a diminuição, é de opinião que esta deve ser feita de modo a que os vinhos tintos não percam a presença característica da casta Baga. Relativamente à Rota do Vinho, o seu funcionamento não tem trazido o retorno que compense o investimento feito pela CVR e pelos aderentes de 1997 até 2001. Assim, enquanto a Rota não for reformulada, é impossível fazer mais qualquer investimento. Para o efeito, todo o projecto da Rota está a ser repensado e na última reunião com o orgão que o supervisiona, constatou-se a necessidade de se estabelecerem novos Estatutos e Regulamento Interno que estão a ser estudados para, a curto prazo, serem postos à consideração dos aderentes. A Rota do Vinho é dirigida pela CVRB e é apoiada pelo Conselho da Rota (CROT), orgão que procede à análise das candidaturas de novos aderentes e à possível alteração dos estatutos da Rota para a constituição de uma Associação de aderentes. Está ligada institucionalmente aos seus Aderentes, CVRB, Comissão de Coordenação da Região Centro (CCRC), Câmaras Municipais da Bairrada, Direcção Geral de Economia (Coimbra) e Direcção Geral de Turismo. Finalmente, vai ser aberto ao público o primeiro espaço de informação da Rota, instalado na antiga destilaria do Instituto da Vinha e do Vinho, na Mealhada. Para assegurar o seu funcionamento, é intenção solicitar a colaboração dos finalistas do Curso de Gestão e Planeamento em Turismo, da Universidade de Aveiro, ou dos licenciados que desejem estagiar. Foi salientado o facto de existir já uma Rota do Vinho, sem que haja uma Rota da Vinha, como acontece noutros países. Para este efeito, o assunto já foi posto às Câmaras Municipais, visando o melhoramento e aproveitamento turístico dos caminhos rurais existentes. Por outro lado, verifica-se que, nos últimos quatro anos, houve uma quebra nas receitas, na ordem dos 40%, o que está a criar grandes dificuldades à gestão da própria CVR. Esta quebra teve maior incidência em 2001 e no mercado interno. Saliente-se que a Comissão não tem conhecimento directo e preciso dos vinhos que são exportados porque as empresas podem recorrer a qualquer CVR de outras regiões para obter os D.A.( Documentos de Acompanhamento) necessários à exportação. Como consequência, nas estatísticas oficiais, o número total de garrafas que figura como exportado é de uma só região, precisamente aquela que forneceu os D. A.. Tem de haver, portanto, uma informação mais precisa por parte das empresas exportadoras, caso contrário, os dados de exportação pecam, em princípio, por defeito. Face à indefinição e receios que a região actualmente enfrenta quanto ao futuro, a CVRB propõe-se relançar a discussão interna sobre os diferentes problemas mais prementes. (21 Mar / 15:29)

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