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01-04-2003

ANOB homenageia moleiros


Oliveira do Bairro

Oliveira do Bairro ANOB homenageia moleiros Graças a uma oportuna e justa iniciativa da ANOB (Associação dos Naturais da freguesia de Oliveira do Bairro), foram homenageados, no último sábado, dia 16, os que, em tempos não muitos remotos, eram responsáveis em grande medida pela apresentação na nossa mesa do alimento - o alvo ou trigueiro pão - os moleiros, e até os que um dia tiveram de perto essa tarefa dura, ainda que por não muito tempo porque, entretanto, chegavam as novas teconologias. MOENGA DE RECORDAÇÕES Para o efeito, os dirigentes da ANOB elaboraram programa condizente que passou pela visita a moinhos do concelho de Penacova em viagem de estudo a que se juntou o útil ao agradável, a cultura ao lazer e convívio e, depois, à noite, um jantar que ainda reuniu mais pessoas, mais de uma centena. Começando pelo princípio, pode dizer-se que este passeio foi para os moleiros o encher e transbordar de uma lírica moenga de memórias e, para todos os que fizeram com eles comitiva, um mergulho no passado, ainda recente, da vivência de uma região, que, no fundo, não era muito diferente do que se passava no concelho de Oliveira do Bairro, quanto à farinação dos cereais. A grande diferença é que naquele concelho, predominavam os moinhos de vento (em número de 19), em diversos pontos, nomeadamente em Portela de Oliveira, onde está instalado o Museu Molinológico Vitorino Nemésio, grande escritor, que se apaixonou por estes sítios, onde, aliás, adquirira três moinhos que a família, mais tarde e depois da sua morte, doara à Câmara, mas também na Atalhada. Com esta nota: alguns destes exemplares encontram-se restaurados (mais bonitos os de Portela de Oliveira do que os existentes também em Gavinhos) e alguns a funcionar. Alguns exemplares da Atalhada estão mesmo constituídos em bungalows. E todos, uns e outros, estão incluídos em proveitosos circuitos turísticos. Aliás, a Câmara de Penacova está verdadeiramente vocacionada para aproveitar todo este património a fim de tirar dividendos turísticos. Isso logo foi demonstrado pelo assessor do presidente da Câmara, o médico Leitão Couto, um expert na matéria dos moinhos, que fez questão de receber no salão nobre da Câmara a comitiva oliveirense. Simpatia que foi crescendo ao longo do dia. Ele foi o cicerone ideal, durante todo o dia, na visita aos pontos de interesse histórico, que não se reduziram apenas à visita dos moinhos de vento desde Gavinhos à Atalhada, mas passou também pela amostra de moinhos de água em Vimieiro (ao todo, são 18) pela visita ao Convento de Lorvão (igreja, magnífica, e claustros), local em todo o concelho, onde toda a comitiva teve ensejo de provar pastéis de tradição conventual (sem pagar um tostão, o que havia de acontecer também com o café em Portela de Oliveira ou no Vimieiro). A arte de bem receber, que, de resto, foi lembrada no jantar por Vitor Rosa, presidente da Assembleia Municipal, o que já acontecia nas décadas de 40/50, a nível de futebol. Uma das vezes, os falcões foram recebidos como deuses, com banda e ranchos, facto que não mais esquece. No Museu do Moinho Vitorino Nemésio, então, aí, principalmente os moleiros, encheram a taleiga de recordações, conversaram com a memória de imensas peças, e permitiram que realmente a moenga transbordasse de lembranças e moessem e remoessem tempos idos, duros como a vida rilhada que levavam para levar a farinha para o pão de ricos e pobres - desempenho que foi, depois no jantar, recordado por diversos oradores. Afinal, aquele passeio estava a ser de “delícia e encantos”, no dizer do escritor António Capão, crescido a mexer nas coisas do moinho da casa, também muito graças aos verdadeiros “textos de lição que foi dando ao longo do passeio o Dr. Litão Couto”, acrescentou. A IDEIA DE UM MONUMENTO Foi a pensar em todos os moleiros e na importância que tiveram, conforme afirmou, durante o jantar que a ANOB levou por diante este evento. O presidente da ANOB, Victor Pinto, considerou que era “muito bom e gratificante” o facto de muitos terem compreendido o sentido da homenagem, integrada exactamente nos objectivos da associação que será essencialmente preservar os valores históricos e patrimoniais da freguesia de Oliveira do Bairro. Embora “singela homenagem”, ela calou bem fundo no coração de cada um. Victor Pinto fez também um apelo ao contributo das autarquias, empresas e até particulares, para a implementação do parque molinológico da Canhota, Montelongo, onde há um moinho, de Mário Almeida, à espera do restauro e preservação, de modo que fique a constituir por excelência a referência à indústria moageira que existiu em abundância na freguesia, cujos actores (“vida alegre mas difícil”, recordou) ........................... fez questão de homenagear, pedindo um minuto de silêncio em sua memória. Ao Dr. António Capão coube a lição da noite, ele que trazia “os olhos empapados de tantas belezas naturais”. Fê-lo com o conhecimento de causa que se lhe reconhece, aliada a uma grande paixão pelo moinho, que trata por tu, (“um tema que reputa de eleição”) e não deixou de lamentar que tivessem sido votados ao abandono quase absoluto em face dos novos processos de farinação, pelo que, por isso mesmo, recomendou, no nosso concelho, a sua preservação, de modo que constitua esse trabalho uma homenagem a todos quantos, durante séculos, alimentaram as populações, “figuras humildes”, “classe sempre muito trabalhadeira” e “utilíssima classe”. Sugeriu mesmo que seja erguido um monumento ao moleiro (não existe em termos nacionais) que “o lembrasse com dignidade”. Por sua vez, Leitão Couto voltou a falar, com paixão, dos moinhos, do museu e dos circuitos turísticos que têm exactamente como rota os moinhos e, pelo meio, os característicos fornos da cal, estando subjacente a isto tudo uma orientação lúdico-pedagógica, ou melhor, um turismo cultural de qualidade. DIA MEMORÁVEL A mesa de honra era composta por vitor Rosa, presidente da Câmara em exercício, Vitor Oliveira, Leitão Couto, presidentes da direcção e da Assembleia Geral da ANOB, respectivamente, Victor Pinto e Nunes Cardoso, escritor António Capão e Mário de Almeida, em representação dos moleiros, que havia de agradecer, em nome de todos, a homenagem), bem como presidente da Junta, António Ferreira de Jesus. O presidente da autarquia, no uso da palavra, mostrou-se disponível para ajudar a recuperar o património em causa, confessando-se triste pela decadência (total) da arte. Igual posição defendeu Victor Oliveira que saudou a “família nobre dos moleiros”, naquele dia “tão tico culturalmente”, elogiando a acção da ANOB e corroborou a ideia de que “deve haver qualquer coisa, um monumento” por exemplo, para se identificar a arte que desaparecereu da beira dos rios, a indústria moageira, por certo a mais antiga na região, e nada será novidade, já que a Câmara tem vindo a preservar muitos artefactos com destino traçado: a sua exposição no futuro Museu, a instalar na fábrica Rocha, Lda., quando recuperada. Armor Pires Mota (21 Mar / 10:00)

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