Disse que com a sua vitória uma nova geração chega ao poder no PS em Aveiro. Está a anunciar uma ruptura geracional no partido?
Não tem tanto a ver com uma questão de geração. O PS tem tido, desde 1997, sempre as mesmas caras, que resultaram de um projecto de sucesso com a candidatura de Alberto Souto. Não está em causa o valor das pessoas e essas pessoas não estão afastadas do partido. Mas o PS precisa de juntar mais gente ao que foi o legado de Alberto Souto. É natural que o projecto de Alberto Souto se esgote com o próprio Alberto Souto. Agora é preciso apresentar qualquer coisa nova, até porque os tempos são diferentes, embora sabendo ser leal ao passado e ao muito activo que Alberto Souto deixou.

O PS ainda não se libertou de Alberto Souto?
Não nos queremos libertar das coisas boas. Mas temos de traçar um novo rumo.

Que papel espera que tenha a velha guarda do PS?
O partido conta com eles, até porque alguns são os autarcas eleitos. Têm a confiança do partido para executar a estratégia nos próximos quatro anos.

A candidatura de Manuel Oliveira e Sousa surpreendeu-o?
Não fiquei surpreendido com a candidatura, mas com o facto de alguns cabeças-de-cartaz do que tinha sido o PS até agora não terem sido candidatos. A candidatura acaba por vir preencher esse espaço. Alberto Souto, Filipe Neto Brandão, Marques Pereira ou Eduardo Feio acabam por se escudar na candidatura de Oliveira e Sousa – que ainda assim também apostou em algum rejuvenescimento.