Os vereadores do PS dizem que a abstenção na votação de Plano de Atividades e Orçamento para 2014 é a forma encontrada para marcar a diferença de programas entre os dois principais partidos que se apresentaram a eleições com programas alternativos mas espelha a convergência em muitos princípios seguidos. Apesar dessa aproximação quanto à filosofia de contenção espelhada nos documentos, a separação ideológica acabou por ganhar força com a abstenção.

“Importa aqui realçar que o PS apresentou-se ao eleitorado nas mesmas eleições com um programa alternativo e que diverge em diversas opções significativas. Dos resultados eleitorais verifica-se uma alteração na correlação de forças , tendo o PS reforçado a sua posição no executivo com a eleição de mais um vereador, retirado ao PSD”, adiantam os vereadores que dizem respeitar, dessa forma, a votação do eleitorado que optou pelo Partido Socialista.

“No entanto, não deixam os vereadores do PS de notar que, pela primeira vez, nos últimos 16 anos, o PSD apresenta um Plano e Orçamento que responde a muitas das críticas que ao longo dos anos o PS foi tecendo e apresenta agora um Orçamento mais realista e com uma orientação política que vai ao encontro, ainda que de forma ligeira, de algumas das propostas que o PS tem apresentado e apresentou em sede de campanha eleitoral”.

Como exemplo os vereadores apontam a “aproximação entre os valores totais do Orçamento aos Valores reais,” um “arrepiar caminho” nas grandes obras, um “reforço na área social e em outras áreas que afetam mais diretamente a qualidade de vida das pessoas” e no “reconhecimento da importância do estabelecimento de parcerias com as Associações e as Juntas de Freguesia”.

Como sinal negativo é apontada a falta de uma alívio ao nível da carga fiscal. “E se mais não é possível fazer, teremos também que o constatar, isso deve-se ao facto de no passado, o executivo PSD, ter hipotecado o futuro com planos megalómanos, projetos e obras dificilmente sustentáveis e que não permitem à atual Câmara estar em condições de dar novas respostas a novos problemas que se colocam hoje às pessoas do nosso Município, como seria desejável para nós e certamente também para os vereadores do PSD”.

A equipa de vereadores considera que o tempo “veio dar razão ao PS” e acredita que o “novo caminho protagonizado pelo executivo PSD”, resulta não só das exigências da nova legislação e dos cortes e diminuição da receita “mas sim de uma nova política que se pretende implementar, mais próxima do projeto que o PS defende para o Município”.

Na declaração de voto, os eleitos do PS, referem ainda como elementos a desenvolver a “implementação do Orçamento Participativo”, a criação do Conselho Municipal de Juventude, o reforço do apoio às Associações de Pais e a necessidade de “medidas sistemáticas que apontem para uma diminuição da situação de endividamento da Câmara Municipal”.