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25-11-2013

Ílhavo: “Casa da Música é um espaço onde apetece estar” - João Bilelo.


O presidente da direção do Grupo Folclore "O Arrais" considera que a Casa da Música, onde o grupo passou a estar sediado, é uma obra ...

O presidente da direção do Grupo Folclore "O Arrais" considera que a Casa da Música, onde o grupo passou a estar sediado, é uma obra de sucesso pela adaptação da antiga escola primária na Rua Ferreira Gordo, em Ílhavo, onde antes funcionaram os serviços da Segurança Social. Aproveitando a abertura de uma exposição intitulada “Mar e Terra”, João Bilelo falou dos primeiros meses de atividade na nova casa para confirmar que está em casa.

“Espaço muito agradável. As pessoas que vêm cá adoram. Está bonito, foi uma obra muito bem concebida. A nível de som está espetacular. Nós já fizemos a experiência de ensaiar ao mesmo tempo que está a banda e não houve problema nenhum. É um espaço em que apetece estar. Às vezes damos por nós, mesmo não tendo ensaios, a vir cá, a abrir uma janela, a ler um pouco. Principalmente a parte de cima está espetacular, mesmo muito agradável.”

Entrevistado por Afonso Lau, o dirigente do grupo “O Arrais” falou do espólio que faz parte da exposição "Mar e Terra". Diz que tem peças antigas que trazem à memória outros tempos. “Pensámos em fazer uma exposição que vai desde o rádio, ao borralho e à cadeira antiga. Tentámos ir buscar objetos antiquíssimos. Eu tenho quase 59 anos e há aqui objetos que eu não conhecia. Se calhar a maior parte das pessoas que vem cá conhecem os objetos que aqui estão mas há aqui objetos que o pessoal jovem não conhece. Estou a lembrar-me, por exemplo, daquela bombinha com que dantes matávamos as moscas e mosquitos. Não havia sprays. A maior parte do nosso pessoal jovem não sabia o que aquilo era porque só está habituado aos sprays. E é também esta informação que nós queremos passar. Passaram 50, 60 anos, talvez nem tanto...não é nenhuma eternidade, mas no entanto as coisas mudaram imenso. Mas isto faz parte do folclore.”

João Bilelo reconheceu o Festival do Bacalhau como essencial no financiamento das atividades do grupo. “Felizmente fazemos parte das 10 associações que estão no Festival do Bacalhau. Como sabem, aquilo é muito trabalhoso mas depois também nos dá o fundo de maneio que nós precisamos ao longo do ano, para transportes e para tudo. Nós felizmente não temos muito problemas dado as parcerias com a Câmara e com a Junta de Freguesia. A nível nacional sei que há imensos ranchos sem qualquer subsídio, sem qualquer ajuda.”

O dirigente revelou-se, ainda, feliz pela forma como os jovens se interessam pelo folclore. “Eu penso que, felizmente, o Arrais é um dos ranchos do concelho de Ílhavo com mais juventude. Neste momento, a dançar, cerca de 75% é malta jovem. Mas com malta jovem, é preciso saber lidar com eles. Aqui no Arrais sabemos lidar com eles, acompanhamo-los. Já tenho jovens que me estão a perguntar quantas semanas é que vamos parar no Natal porque não querem parar. É ótimo. Noutras zonas do país, como no Minho, eles vivem aquilo desde a infância. O concelho de Ílhavo não tinha tradição de folclore. É difícil, mas com a ajuda de workshops que fazemos e idas às escolas, conseguimos muita malta jovem.”


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