Nogueira Leite diz que está na Assembleia Municipal de Aveiro para fiscalizar a ação do executivo e que não vai abdicar desse papel. O presidente da Mesa assume que o contexto é complexo com crise no país e com a Câmara em situação igualmente difícil. Prometeu lealdade e trabalho conjunto para devolver Aveiro a um plano de destaque.
"Colaborarei o mais possível mas no papel de presidente da AM mas não deixarei de fazer o principal papel que é de fiscalizador, com a independência, lealdade e sem subserviência que muitos muitas vezes esperam. Não no caso do presidente, que me conhece há mais de 40 anos, mas daqueles que representando o Governo central fizeram questão de ignorar na sessão de cumprimentos". Nogueira Leite acredita que Aveiro tem potencial superior ao “realizado até agora".
Henrique Diz, eleito pela coligação Aliança com Aveiro na quota do PSD, espera um mandato produtivo. Afirmou a abertura da maioria para dialogar com a oposição. “A Aliança está disponível a dialogar a oposição, mesmo quando a oposição sempre que ocupou o poder se esqueceu de dialogar com o PSD e o CDS. É passado. Esperamos diálogo e consenso possível. Partindo de um princípio que é a Aliança ter um programa que foi sufragado pela maioria dos cidadãos".
Caetano Alves, também eleito pela Aliança mas com raiz no CDS, diz que mais importante do que ler o passado é pensar no futuro numa referência aos últimos 8 anos em que a coligação foi poder sob a liderança de Élio Maia.
"O CDS está empenhado em apoiar a maioria que nos elegeu, o programa pelo qual nos candidatamos, convictos que Aveiro tem de ser líder no seu território regional. Defender a dignidade dos que têm iniciativa, empreendedores, que querem criar riqueza. Não estamos muito preocupados em discutir o passado, a não ser na síntese do que foi o bom e o mal para tomar as decisões do presente".
Filipe Neto Brandão, eleito pelo PS, deixou nota sobre a eleição da Mesa sem qualquer representante de forças partidárias fora da esfera da maioria. Alerta para a importância das maiorias darem atenção aos eleitos noutras forças minoritárias. "O que identifica uma democracia não é o poder da maioria mas o respeito da minoria. No momento em que legitimamente a maioria exerceu a vontade de eleger a mesa sem representação da minoria, registo que traduz uma opção. Saberemos fazer da AM uma espaço qualificado de discussão e pedagogia cívica fazer de Aveiro novamente um exemplo também ao nível da AM".
Carlos Santos, antigo vice presidente da autarquia, agora representante do Movimento “Juntos por Aveiro” na AM, salienta o surgimento dos movimentos. "O movimento nasceu de um grupo de cidadãos que deseja trabalhar em prol de Aveiro. Está exclusivamente comprometido com Aveiro e o seu futuro. Estes movimentos representam já uma nova forma de fazer política, com um debate construtivo em torno de ideias e projetos".
Filipe Guerra, PCP, anunciou uma representação na linha do que o Partido Comunista tem feito. Promete combatividade mas sem fazer a crítica pela crítica. "Esta AM tem de corresponder às necessidades e aspirações da população de Aveiro. Não faremos política de terra queimada, mas engrandecer numa perspetiva construtiva. Reafirmamos o compromisso das decisões e posições a tomar serem em respeito do programa apresentado aos cidadãos".
Ivar Corceiro, representante do BE que tem criticado Nogueira Leite por ser um homem com passado na gestão de empresas públicas, aproveitou a primeira sessão da AM para lembrar que os discursos sobre gestão devem dar lugar à preocupação com os cidadãos. "Pela parte do BE que ninguém espere um silêncio comprometedor. Não será um mandato qualquer, o contexto sócio-económico exige transformar a política em mais do que meros atos de gestão corrente, do discurso da obra feita, política de betão e alcatrão. É urgente que as pessoas sejam a primeira preocupação".
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