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11-10-2013

Entrevista a Manuel Assunção: “Não há sangue novo suficiente”



Diário de Aveiro: Chegou a temer, como se aventou há pouco tempo, que a UA voltasse a deixar de ser uma fundação? Isso acarretaria problemas à instituição?
Manuel Assunção: O país tem de se habituar a ter períodos de vigência e de manutenção de regras e não ter esta tendência, muito presente na nossa vida, de estar a alterar tudo constantemente. Este regime jurídico das instituições de ensino superior tem muito menos de cinco anos na sua vigência – e cinco anos é o período mínimo para podermos avaliar, sendo que a cultura de avaliação é muito importante, mais ainda nas instituições de conhecimento. Por isso, parece-me extemporâneo que se anuncie a sua alteração. Hoje, invocando-se a situação política e económico-financeira do país, vieram aplicar-se às Fundações as mesmas medidas restritivas que às outras universidades, nomeadamente na gestão financeira com a regra do equilíbrio orçamental, e que inibem muito o correto funcionamento das universidades. O estatuto fundacional permite uma gestão do património próprio e também regras de contratação através do regime privado, que a UA tem vindo a usar. Tendo sido retirada alguma da flexibilidade que existia, existe ainda muita que é a favor da melhor gestão da UA.

A evolução do número de alunos na UA ao longo dos últimos anos tem sido a esperada?
Sim. Andamos à volta dos 15 mil estudantes e o que a UA tem vindo a dizer é que temos de aumentar o esforço de captação e da afinação de oferta de pós-graduação. Queremos uma percentagem maior de alunos de mestrado e de doutoramento, e isso tem-se verificado.

É possível ou desejável ir além desses 15 mil alunos?
A aposta da UA tem sido sempre na qualidade. Temos de fazer melhor, não temos de fazer necessariamente mais. Temos de ter melhores alunos, temos que publicar melhor… Não devemos deixar de ter em atenção que a situação demográfica do país é má. Embora haja, ainda, uma margem de compensação possível através de mais gente que acaba o secundário, verifica-se que o número de candidatos ao ensino superior tem sofrido cortes sucessivos. Nós não vivemos numa bacia demográfica tão densa assim, em comparação com Porto, Lisboa ou o próprio Minho; apesar disso, o nível das entradas está mais ou menos estabilizado. Neste momento existe a pressão para fechar cursos que tinham um número muito diminuto de alunos. Nós queremos ter bons cursos, relevantes e atrativos.


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