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19-07-2013

Aveiro: “É bom que todos venham a jogo”



Diário de Aveiro: O actual mandato está a chegar ao fim. Que balanço faz da governação do executivo de Élio Maia?
Paulo Jesus: Faço uma avaliação bastante negativa, que vem já na sequência do anterior mandato mas que se aprofundou neste. Tem um pouco a ver com a postura original da coligação e do presidente. Não sei se devido ao percurso pessoal do presidente ou se por orientação política dos partidos da coligação, nestes oito anos o município desistiu de ter uma visão estratégica. Esteve basicamente concentrado, por razões tácticas e eleitorais - que renderam a reeleição deste executivo e por isso tiveram alguma eficácia -, na crítica aos mandatos de Alberto Souto. O que é uma pena. As obras mais emblemáticas dos mandatos de Alberto Souto resultaram da implementação de um plano estratégico que vinha dos mandatos do CDS. Com os ajustes necessários de visões diferentes, houve alguma continuidade na acção e construiu-se sobre o que já existia. É isso que se exige hoje em dia dos políticos e dos partidos: não é que passem oito anos a falar sobre o passado mas que saibam construir sobre o que os antecessores deixaram independentemente de serem de outra cor política. Este é um problema crónico do país e que em Aveiro se viu com muita profundidade na acção deste executivo. Isto é trágico para o município. Aveiro vai perdendo relevância.

Ainda assim, Élio Maia já anunciou que está disposto a recandidatar-se. Ficou surpreendido?
Não fico nem deixo de ficar. Mas é bem-vindo. Nós, que fomos dos principais críticos da sua actuação, temos todo o prazer de debater isso em campanha eleitoral. Vamos ter de falar em discurso directo com duas entidades: o presidente que se apresenta a eleições e que tem parte da responsabilidade; e a coligação, que tem outra parte da responsabilidade e que não se pode livrar dela com a facilidade com que o está a tentar. Democraticamente é bom que todos venham a jogo e que estejam disponíveis para o debate político.


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