“Post Mortem e Outros Uivos” é o mais recente livro do jovem escritor sanjoanense Tiago Moita. Em verso, tem por tema “a revolução”, melhor dizendo, uma revolução que busque uma mudança social. Esta é a parte sublimada em “Post Mortem”.
Os Uivos retratam os “obstáculos” que considera travarem a “revolução interior” de cada homem, que necessariamente deve preceder a tal revolução social.
Com esta obra, passa ao papel as vivências e sentimentos que apreendeu a partir do ano 2000. Uma questão de apresentar “um grito de revolta”. Que não tem a ver “só” com a crise económica, política e social, vinca, concretizando a vontade de denunciar a “crise de valores” de que – considera com veemência – enferma o nosso país.
O escritor traça um paralelo entre o Portugal tradicional, vivente sob valores como “a solidariedade, a coragem, a ética e a responsabilidade”, e o Portugal de hoje, evoluído a partir do 25 de Abril, e com enfoque europeu, mas que estará em “perda de identidade”.
Apontando em concreto “um certo desleixo” na área do ensino, dá voz ao desalento das gerações novas, que se sentirão “como uma espécie de cobaias de experiências falhadas, sobretudo no campo educativo e dos valores”.