A empresa Águas da Região de Aveiro apresentou-se com o propósito de investir 125 milhões de euros nos próximos anos nas redes de água e saneamento. Conta com as comparticipações do Programa Operacional de Valorização do Território na casa dos 42 milhões de euros para projectos de 96 milhões de euros até 2012. Empresa que vai servir 10 municípios (Águeda, Albergaria-a-Velha, Aveiro, Estarreja, Ílhavo, Murtosa, Oliveira do Bairro, Sever do Vouga, Vagos e Ovar com adesão para breve), num total de 341 mil habitantes, em 50 anos de parceria.

Até 2017, vão ser construídas duas novas captações, oito estações de tratamento de água (ETA), oito estações elevatórias, 24 reservatórios e mais de 100 quilómetros de redes e adutoras, estando prevista a remodelação de uma captação, oito estações elevatórias, seis reservatórios e de cerca de 45 quilómetros de rede e adutoras. No que diz respeito ao saneamento de águas residuais, o plano de investimentos integra a construção de seis estações de tratamento de águas residuais (ETAR), 171 estações elevatórias e cerca de 850 quilómetros de redes e emissários e ainda a remodelação de 2 ETAR, duas estações elevatórias e 18 quilómetros de rede.

As primeiras facturas em nome da nova empresa serão emitidas em Junho. Ribau Esteves, presidente da Comunidade Intermunicipal da Região de Aveiro, diz que a empresa representa uma oportunidade.

“A ADRA é mais-valia para cada um dos municípios e para AdP. É mais-valia para a população, região e para o país se tivermos sucesso”, disse o autarca de Ílhavo na apresentação à espera de aprovação das candidaturas ao POVT.

Sérgio Lopes, presidente do Conselho de Administração da AdRA, admite que a mudança de modelo tem dificuldades acrescidas com a passagem do domínio municipal para gestão empresarial. Ainda assim confessa que é um desafio interessante. “Fazer a mudança não é fácil. Há aqui uma dupla mudança porque há culturas diferentes. E há 10 culturas municipais diferentes”, afirma Sérgio Lopes.

Pedro Serra, presidente da Águas de Portugal, espera que os investimentos qualifiquem a região e criem oportunidades de negócio e emprego. “Pensamos que o investimento vai ser importante para a região porque estas centenas de milhões de euros vão criar oportunidades de negócio e vão ajudar a resolver dificuldades com que a região e o país se defrontam”, disse Pedro Serra.

Dos 400 trabalhadores que trabalhavam nas autarquias no sector de águas e saneamento, 220 passaram para a empresa Águas da Região e cerca de 20 vão colaborar em período transitório no prazo máximo de seis meses.