O que pode reter um astronauta de uma viagem ao espaço? Indubitavelmente, muitas imagens e sensações. Mas, no caso de Wubbo Ockels, primeiro astronauta holandês, houve uma constatação que lhe deixou marcas indeléveis: “É uma experiência única estar fora da Terra e visualizar o planeta. Apercebemos-nos que, onde estamos, no espaço, não conseguimos viver. Portanto, passamos a olhar para a Terra como algo de muito valor, que temos de preservar”, testemunha.
E foi a partir desta percepção que Wubbo Ockels decidiu fazer algo para ajudar a mudar mentalidades. Idealizou e criou o “Ecolution”, um navio biosustentável, de dois mastros, com inovações téncnicas que nunca tinham sido aplicadas em barcos à vela. Ontem e anteontem, esteve por Aveiro para uma curta reparação nos estaleiros da Navalria – uma escala inesperada na viagem que teve iníco em Brest, França, e que tem como destino a ilha de Aruba, nas Caraíbas.
A Terra é um navio e todos
fazem parte da tripulação
O “Ecolution” foi lançado à água em 2010, mas para falar sobre a sua origem é preciso recuar até 2004, ano em que surgiu a ideia, ou 2007, altura em que começou a ser construído. Ou talvez até 1985, ano em que Wubbo Ockels viajou até espaço a bordo da “Challenger” e tomou consciência da verdadeira importância da Terra. “Gosto de comparar a Terra a um navio. O navio, todo em ferro, protege-nos do oceano. A Terra é também um navio, ainda que não seja de ferro, mas sim envolta de ar. Se não o presevarmos é uma grande irresponsabilidade”, alertou o armador holandês em declarações ao Diário de Aveiro.
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