“É nos momentos de maior necessidade que as pessoas mostram mais solidariedade”. Esta é a convicção de Martinho Pereira e é com esta “fé” que parte para mais uma campanha de recolha de alimentos, dias 1 e 2 de Dezembro. O responsável do Banco Alimentar Contra a Fome de Aveiro tem noção das dificuldades acrescidas dos portugueses, até porque os pedidos de ajuda que chegam ao Banco são diários, mas também acredita que “quem tem alguma coisa para partilhar não vai virar costas”. E apela para que este Natal a generosidade seja mais forte ainda, porque as solicitações “crescem de uma forma assustadora”.
Segundo disse, não há praticamente nenhum dia da semana que não apareçam pessoas na sede do banco Alimentar a pedir ajuda alimentar. Pessoas desesperadas, que não conhecem a forma de trabalhar do Banco e que procuram desta forma aliviar as dificuldades por que estão a passar. “Mas, não podemos dar ajuda alimentar directamente a ninguém. Tudo passa por instituições de solidariedade, devidamente credenciadas e implantadas no terreno. Neste casos, apuramos a zona de residência destas pessoas que nos procuram e encaminhamos para alguma instituição da zona. Só depois de aberto um processo e confirmadas as suas reais carências, passam a beneficiar do apoio do banco, mas sempre através da instituição”. Uma forma de trabalhar “clara, isenta e sempre preocupada em cruzar informações, para evitarmos a sobreposição de ajudas”, realça Martinho Pereira, angustiado com a actual situação social do distrito. Segundo avançou ao Diário de Aveiro, na última actualização de dados das 211 instituições do distrito que o Banco de Aveiro apoia regularmente verificou-se um acréscimo de cerca 1.500 pessoas, “isto é um excelente indicador do quanto a nossa ajuda é cada vez mais solicitada”, frisando que “todos eles são casos comprovadamente carenciados”.