O alegado “Estripador de Lisboa”, cujo julgamento continua hoje durante todo o dia no Tribunal de Aveiro, terá copiado algumas passagens do livro “O Diário de Jack, o Estripador”, para escrever um falso diário em que assumia a autoria de vários homicídios, mas em que omite precisamente o crime de Cacia.
O assassínio de Cacia, que vitimou Filipa de Melo Ferreira, em Janeiro de 2000, é o único que está a ser julgado no Tribunal de Aveiro, por três juízes e oito jurados, dos quais os quatro efectivos terão um papel decisório no acórdão.
José Pedro Guedes, aquando da entrevista concedida ao Diário de Aveiro, na prisão, tinha adiantado que aquele diário foi por si escrito “numa noite enquanto assistia a um jogo de futebol pela televisão, o Portugal-Bósnia, a 15 de Novembro do ano passado, acompanhado pelo meu filho mais novo, Pedro Joel”.
Nesse mesmo dia, José Pedro Guedes tinha almoçado a primeira vez com a jornalista Felícia Cabrita, em Matosinhos, tendo-lhe confirmado ser o verdadeiro “Estripador de Lisboa”, prometendo à repórter do semanário Sol que lhe entregaria o seu diário. Mas, entretanto, o suspeito disse ao Diário de Aveiro “ter inventado um diário à pressa que escrevi num suplemento da revista Bravo ”. Segundo José Pedro Guedes, “o caderno, que era do meu filho Pedro Joel, estava em branco e tinha a data de 2004, pelo que eu apaguei essa data para enganar a jornalista”.
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