O homem que assumiu e depois negou a autoria de vários homicídios, nomeadamente três atribuídos ao “estripador de Lisboa”, no inicio dos anos 90, e um cometido na zona de Aveiro, mais tarde, começa a ser julgado em tribunal de júri esta segunda-feira.

José Pedro Guedes, que se encontra em prisão preventiva há quase um ano, está acusado do assassínio de uma prostituta de 18 anos, em Esgueira, no inicio de 2000, o único crime que não prescreveu.

A advogada de defesa já disse que José Guedes, de 46 anos, empregado de mesa no desemprego e trabalhador ocasional na construção civil, “está ansioso por demonstrar a sua inocência", mas não deu por garantido que irá depor.

O arguido assumiu em conversas filmadas pela jornalista Felícia Cabrita, divulgadas pelo semanário Sol, a autoria de três homicídios atribuídos ao “estripador de Lisboa” e de outras mortes de mulheres, incluindo a rapariga de Aveiro.

Após a detenção pela Polícia Judiciária de Aveiro, negou sempre a veracidade dos atos, apesar de lhe ter sido apreendido um “diário” com alegados factos comprometedores.

A jornalista Felícia Cabrita chegou a José Guedes depois de ter conhecimento que um filho do arguido ao ser entrevistado na seleção de concorrentes para a segunda temporada do programa televisivo “Casa dos Segredos” ter declarado saber quem era o “estripador de Lisboa”.

Segundo a acusação entre 13 e 16 de Janeiro de 2000, o arguido terá abordado no lugar da Póvoa do Paço, em Esgueira, Filipa Melo Ferreira, a pretexto de com ela manter relações sexuais remuneradas. Conduziu-a até uma casa, então em construção, na Rua dos Poisios, onde terá ocorrido o crime.

A vitima foi atingida por um “instrumento contundente não determinado” na cabeça. Acabou morta por estrangulamento.