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11-09-2012

Paulo Portas “não olhou a meios para chegar ao poder”



O deputado Pedro Filipe Soares, do Bloco de Esquerda (BE), diz que Paulo Portas, número dois do Governo, “não olhou a meios para chegar ao poder”. Ontem, numa conferência de imprensa em Aveiro convocada para denunciar o “saque fiscal aos portugueses”, o parlamentar lembrou que o líder do CDS - eleito deputado pelo distrito antes de assumir a pasta de ministro dos Negócios Estrangeiros - “apregoava aos quatro ventos ser o provedor do contribuinte” quando se encontrava na oposição, defendendo “a redução dos impostos para estimular economia”.
“Na campanha eleitoral, andou de feira em feira, de mercado em mercado, pregando a equidade fiscal e prometendo a redução dos impostos. Agora, tendo acampado no cadeirão do poder, deu o dito pelo não dito, como sempre fez, aumentando os impostos de forma exponencial, tendo agora Portugal a maior carga fiscal de sempre”, afirmou Pedro Filipe Soares. “É mais fácil apanhar um mentiroso do que um coxo”, acrescentou.
O deputado do BE, eleito por Aveiro, lembrou ainda uma declaração proferida por Paulo Portas em Aveiro, em Junho de 2010, em que o PSD era acusado de não ser “de fiar em matéria de impostos”.
Na conferência de imprensa de ontem, junto ao Centro Regional de Segurança Social de Aveiro, o porta-voz bloquista assinalou, por outro lado, que Portas e Passos Coelho, agora primeiro-ministro, “juravam a pés juntos que Portugal não era a Grécia”. No entanto, “agora os portugueses sentem nos bolsos que infelizmente Portugal está como a Grécia”, observou.
As últimas medidas anunciadas pelo primeiro-ministro são “um confisco do rendimento das famílias” e um ataque ao mercado interno, disse, apelando à “mobilização dos cidadãos”. “Temos de alargar o espaço de combate a esta política do desastre”, acrescentou, deixando um “repto aos portugueses”: “indignem-se e protestem”.
Questionado sobre uma eventual moção de censura ao Governo, Pedro Filipe Soares, líder distrital do partido, garantiu, finalmente, que o BE “não fecha as portas a nada”.


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