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05-09-2012

Incêndios não dão tréguas a bombeiros e moradores



Dois incêndios em pilhas de biomassa, que, acreditam os populares, tiveram mão criminosa na sua origem, provocaram um dos maiores incêndios florestais do distrito de Aveiro. As chamas deflagraram, no concelho de Águeda, cerca das 12.20 horas de domingo e já foi dado como dominado, mas, ontem, a situação tornou a complicar-se.
Não parece haver forma de debelar as labaredas que, há três dias, começaram a lavrar em Salgueiro, alastrando-se, depois, aos lugares de Moita ou Beco. No local têm estado centenas de efectivos, entre bombeiros, sapadores florestais e militares da GNR, e, pelas 22.30 horas de anteontem, a Autoridade Nacional de Protecção Civil informou que o fogo florestal estava já controlado. Contudo, uma reactivação, pelas 14.20 horas de ontem, colocou, de novo, os meios em alerta.

População empenha-se no combate
Evidenciando já nítidos sinais de cansaço, 141 bombeiros de várias corporações, 20 militares do Grupo de Intervenção de Protecção e Socorro da GNR, 10 sapadores florestais, entre outros, mantinham-se no teatro de operações.
Mas não estão sozinhos. Dezenas de populares, que, incansáveis, não arredam pé dos locais que as chamas fustigam, têm ajudado no que podem e disponibilizado alguns veículos particulares para ajudar no combate.
António Santos, dono de uns terrenos onde estava uma das pilhas na qual deflagraram chamas, ao início da tarde de domingo, no lugar de Salgueiro, é um exemplo de persistência. O madeireiro não tem tido “mãos a medir” para tentar proteger a área florestal da sua freguesia – Macinhata do Vouga -, onde, ontem, no lugar de Moita, junto à A25, as labaredas consumiam zonas verdes. “Tenho ajudado o máximo que posso e, desde que fui avisado do incêndio, ainda não parei. Disponibilizei vários veículos com cisternas e os meus empregados têm estado aqui dia e noite. Alguns deles ainda não dormiram quase nada desde domingo”, contou o sexagenário ao Diário de Aveiro.

Moradores salvos por vizinho
Na madrugada de ontem, pelas 5 horas, as chamas rondaram as casas do lugar de Beco e cercaram uma habitação, onde dormiam os seus proprietários. Foi Joaquim Nogueira que, em pânico, os alertou, evitando, assim, o pior. “ O incêndio já tinha atingido o quintal e, se não os tivesse acordado, para que abrissem o portão e me deixassem apagá-lo, tinham morrido queimados”, recordou.
O presidente da Junta de Freguesia de Macinhata do Vouga, Armando Galhano, também tem ajudado a dominar o fogo. “Pensamos que já acabou e, de repente, com os reacendimentos, volta tudo outra vez. Tem sido uma maratona e estamos todos muito cansados”, contou.


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