A Associação dos Amigos do Museu de Aveiro fala do processo de mudança na direção do Museu como “mais um caso de neo-colonização”. Para a associação, “alterar os sentimentos de pertença da casa onde repousa o seu túmulo e o espólio que a preenche constitui um gesto impensável já que pode ser entendido como um processo de profanação e roubo do edifício histórico do antigo Mosteiro de Jesus”.

Em artigo divulgado nas últimas horas, a associação que reativou a sua atividade, diz que “a memória local tem sido repetidamente perturbada com questões de natureza territorial, política e administrativa, relacionadas com o modelo de gestão imposta pelos sucessivos governos do regime democrático relacionadas com a subalternização da cidade de Aveiro em relação à capital da região Centro do país”.

A Associação dos Amigos do Museu relembra que o caso não é novo e que a “pretexto da utilização de critérios político-administrativos relacionados com a boa gestão da coisa pública, continuam a esvaziar o sentimento de pertença e as mais-valias identitárias de âmbito sub-regional”.

A AMUSA confessa estar a sair de um “período de letargia” mercê do empenhamento do recém-nomeado director do Museu, Paulo César Santos”, que quis a associação como parceira numa aproximação que estaria a dar frutos.

O Museu de Aveiro deixou de reportar diretamente ao poder central e ficou sob a alçada da Direção Regional de Cultura do Centro que prepara rotação de cadeira na direção com a entrada de Zulmira Gonçalves para o lugar de Paulo Santos que tinha iniciado funções no arranque do ano. A jurista irá acumular estas funções com a de responsável pela supervisão da Equipa de Projecto do Mosteiro de Santa Clara-a-Velha.

Até Dezembro será lançado novo concurso público para a nomeação efetiva de Diretor do Museu de Aveiro e a nova Diretora poderá concorrer e dar continuidade ao trabalho que esta sexta inicia com a tomada de posse.

A AMUSA apresenta receios pela salvaguarda do acervo do Museu e pelo quadro de pessoal.