Primeira revisão orçamental da maioria PSD-CDS serviu para se ouvir na Assembleia Municipal reticências às opções camarárias.

Em causa, uma verba de 1,6 milhões de euros para investimentos com execução financeira durante 2013. Na lista de obras contempladas figuram centros escolares (Glória, Vera Cruz, Santiago), a requalificação do edifício Fernando Távora, a ponte pedonal superior entre a baixa de Santo António e o parque Infante D. Pedro, o novo largo do Alboi, o restauro das igrejas geminadas e o centro de educação ambiental.

Filipe Guerra, do PCP, foi direto ao assunto, centrando as críticas num projecto em especial. "Não concordamos como a forma como está a ser realizada a requalificação urbana do largo do Albói", disse.

O bloquista Rui Maio pegou na deixa. "São obras mistério, ninguém sabe qual a finalidade. A autarquia não tem nenhuma explicação", afirmou, exigindo esclarecimentos. Da bancada do CDS, Ernesto Barros deixou uma nota positiva com a previsão de mais obras nos centros escolares mas voltou a ser uma voz incómoda para a maioria ao por em causa a ponte pedonal na avenida Artur Ravara entre os dois parques. "Sou contra".

Pelos socialistas, o porta-voz Goncalo Fonseca, criticou a opção por obras "que não servem para nada e arrepio das pessoas". Do Alboi, também deixou dúvidas "se corresponde ao prometido". O eleito notou "o resvalar" de projetos para 2013, como os centros escolares que foram lançados há sete anos. Além disso, "este deveria ser o momento de alterar prioridades e não fazer obras de fachada que não interessam a ninguém", disse. Pediu, em tom irónico, que a maioria "publicite muito bem, para todos aveirenses saberem" o avanço de uma ponte pedonal na Baixa de Santo António quando as verbas municipais são escassas.

Élio Maia, Presidente do município, limitou-se a um breve comentário sobre o Alboi. Sem entrar em pormenores, garantiu que o projecto em execução "é naturalmente o aprovado em reunião de Câmara, fruto das alterações propostas pelas pessoas".

Foto: Milene Marques.