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06-06-2012

MP não quer mestres de embarcações na prisão



O procurador do Ministério Público (MP) pediu a condenação dos dois arguidos no caso das embarcações que, em 2009, estiveram envolvidas numa colisão que resultou na morte de três pessoas. Considerou, no entanto, que a aplicação de uma pena de prisão suspensa será suficiente.
Bernardino Pinto falava, na tarde de ontem, durante a penúltima audiência deste julgamento; a última antes de ser conhecida a sentença, o que acontecerá em breve.
Na perspectiva do representante da República, coube a Manuel Silva, de 66 anos, a conduta mais dolosa, já que, numa madrugada de nevoeiro cerrado e, por isso, com deficientes condições de visibilidade, não cumpriu os limites de velocidade, navegando, antes, a mais de 15 nós quando se deu a colisão (o máximo permitido era cinco).
Mas Albino Cunha, de 44 anos, que seguia com alguma cautela, também terá desrespeitado as regras de navegação do canal. Por um lado, no “Vera e Cristiana” encontrava-se apenas um tripulante, quando, naquelas condições adversas, o número mínimo exigido era dois. Por outro, o táxi-marítima apenas podia transportar oito pessoas, quando, na verdade, levava doze (quatro a mais).

Acusados de três mortes por negligência grosseira
Foi, de resto, um final de tarde bastante agitado na sala de audiências do Tribunal de Aveiro, quando os familiares das vítimas mortais abandonaram o compartimento ao se sentirem ofendidas pelas palavras do advogado de Albino Cunha.
Depois de o defensor da família da criança que faleceu ter chamado os dois arguidos de “homicidas”, o causídico do mestre que navegava o “Vera e Cristiana” refutou, proferindo as seguintes palavras: “Quem anda naqueles barcos é masoquista”. Referia-se às fracas condições de segurança que o táxi-marítimo oferecia. “Eu nunca entraria naquela porcaria”, acrescentou.


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