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29-05-2012

PS acusa Câmara de querer “quanto pior melhor” para MoveAveiro



O vereador socialista João Sousa acusou ontem a maioria PSD/CDS de desejar “quanto pior melhor” para a MoveAveiro, a fim de ter pretexto para “desmantelar” a empresa municipal de mobilidade. “Não há qualquer preocupação com a sustentabilidade” da empresa criada nos mandatos do socialista Alberto Souto e que agora estará a ser sujeita à “segunda tentativa” de “desmantelamento”. Depois dos planos para a concessão dos transportes colectivos de passageiros, nunca consumada, a maioria PSD/CDS anunciou na semana passada a intenção de entregar a privados a exploração por 60 anos de quatro novos parques de estacionamento subterrâneos, do parque de estacionamento do mercado Manuel Firmino e de uma parte do estacionamento tarifado à superfície.
Esta opção configura uma “política de privatização total” da MoveAveiro, avaliou o economista eleito pelo PS durante uma conferência de imprensa convocada para reforçar a oposição do partido ao projecto.
O líder concelhio do partido, Eduardo Feio, denunciou a “política neoliberal” da coligação chefiada por Élio Maia. “Uma cidade não se constrói assim. O interesse público vem antes do interesse dos mercados”, salientou.
Com a concessão do estacionamento pago à superfície, o município está a alienar receitas que são “fundamentais” para a sustentabilidade da MoveAveiro, empresa que cumpre um serviço de “coesão social” que ficará comprometido caso avance o plano da maioria, alertou o ex-vice-presidente da autarquia.
Eduardo Feio estranha ainda que a Câmara “tome decisões estratégicas e de fundo sem estudos”, designadamente no que respeita à construção dos quatros novos parques de estacionamento no centro da cidade. “O Plano de Mobilidade foi prometido na campanha eleitoral de 2005 mas ainda não viu a luz do dia”, criticou.
O presidente da comissão concelhia dos socialistas fez questão, por outro lado, de demarcar o actual processo de concessão do estacionamento por 60 anos do contrato que a Câmara, então liderada por Alberto Souto, assinou em 1998 com a empresa CTE para a construção e exploração do parque de estacionamento da Praça Marquês de Pombal, que produz efeitos até 2053, num total de 55 anos.
A Câmara, na semana passada, defendeu que o modelo agora proposto “não é novo no município”, aludindo ao contrato de 1998. Eduardo Feio, porém, acusou a maioria PSD/CDS de “tentar confundir” a opinião pública ao “misturar alhos com bugalhos”. “Na altura, a Câmara não prescindiu de nenhuma receita. Agora, está a prescindir dos rendimentos do estacionamento”.


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