O Santa Maria Manuela já tem Lisboa à vista onde se prepara para celebrar os 75 anos da construção. A chegada ao parque das nações acontece por volta do meia-dia para um encontro com o irmão gémeo Creoula.

O comandante São Marcos revela que regressou ao navio onde foi capitão nos tempos da pesca por sentir uma ligação especial ao navio. “Eu só regressei ao mar porque era para regressar ao mar com este projeto e depois neste navio porque se não, não teria regressado. Foi um regressar com vocação, alegria e espírito de missão”.

O Santa Maria Manuela comemora 75 anos. No entanto, este navio é tudo menos velho. “A única coisa que é velha, mas não tão velha assim, é o casco, porque só o casco é original do navio e mesmo assim foi todo requalificado e depois foi construído um navio novo dentro do casco existente, depois de reparado”.

Relativamente ao projeto do Santa Maria Manuela e àquele que a Pascoal pretende implementar, a prazo, no Argus, o Comandante diz tratar-se de um projeto exclusivo da Pascoal que se baseia num princípio muito simples e verdadeiro.

“Portugal pretende regressar ao mar. Mas só há uma maneira de regressar ao mar: de navio. Por isso, a solução é investir em projetos que construam, reconstruam ou reconstituam navios nos quais se possam levar jovens para o mar”.

O projeto de recuperação do Argus poderá custar 10 milhões de euros e o financiamento será sempre uma das dores de cabeça. O terceiro dos 3 cisnes da antiga Frota Branca Portuguesa e o único que ainda não foi devolvido ao mar, terá de esperar mais uns tempos, até que a conjuntura económica de Portugal e da Europa permita o investimento neste projeto que rondará os 10 milhões de euros.

Em Lisboa, o Santa Maria Manuela encontrar-se-à com o seu gémeo "Creoula". Talvez a palavra «gémeo», na atualidade, não seja a mais indicada para identificar estes dois navios. O Comandante explica que, hoje, os navios têm diferenças físicas, tecnológicas e de comodidade, diferentes conceitos, diferentes projetos e finalidades.