Duas grandes praças, uma em cada extremidade, um parque de estacionamento subterrâneo com capacidade para cerca de 400 lugares e um forte condicionamento à circulação automóvel: estas são algumas das principais propostas para a Avenida Dr. Lourenço Peixinho apresentadas terça-feira à noite por Jorge Carvalho, coordenador do estudo urbanístico que a Câmara encomendou à Universidade de Aveiro.
A divulgação do plano ocorreu na Junta de Freguesia da Vera Cruz. O projecto para a principal artéria da cidade ainda tem decisões “em aberto”. Até à apresentação da proposta definitiva, em calendário a anunciar, todas as arestas estarão limadas, comprometeu-se Jorge Carvalho, responsável pelo estudo a par com Frederico de Moura e Sá, também da UA, e com o arquitecto Bruno Soares.
Numa primeira fase do trabalho, a equipa responsável definiu três possíveis modelos de intervenção: “arruamento central com passeios laterais”, “avenida entre praças” e “ramblas”.
A partir destas hipóteses, o grupo de trabalho evoluiu para a solução agora divulgada, que assenta num eixo central entre duas praças a criar nas pontas da avenida, ladeado por passeios laterais simétricos.
A maior das duas praças nascerá na extremidade poente da avenida e é vista por Jorge Carvalho como o “centro do centro” da cidade. Nesta área, considerada a “grande praça de Aveiro”, o tráfego rodoviário apenas será permitido aos transportes públicos. O restante trânsito será desviado para percursos alternativos.
O túnel sob a estação ferroviária, criado durante a governação do socialista Alberto Souto, poderá ser usado para sair do centro da cidade. A entrada na avenida, em contrapartida, apenas poderá ser feita pelos transportes públicos. Para essa zona está prevista a construção de um parque de estacionamento subterrâneo, com acesso através do túnel, que poderá acolher perto de quatro centenas de veículos.
De forma a privilegiar o usufruto pedonal da avenida, o estacionamento à superfície será fortemente reduzido, passando dos actuais 300 lugares para cerca de 90.
O projecto apresentado por Jorge Carvalho reforça o papel das árvores e não prevê a criação de corredores destinados às bicicletas.
A Câmara ainda não anunciou o calendário das obras, que não deverão avançar este mandato. O financiamento é outra das interrogações.
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