Namércio Cunha, ex-diretor-geral da O2, empresa de Manuel Godinho, pediu para depor no julgamento Face Oculta que diz respeito a crimes de corrupção, entre outros, em negócios com empresas públicas.
O arguido, que está acusado de associação criminosa e corrupção ativa, prepara-se, assim, para quebrar o silêncio a que se remeteu desde o inicio das audiências, a 8 de novembro passado, apesar de ter mostrado, na fase de inquérito, uma postura de colaboração com a investigação.
Namércio Cunha, que pelos suas funções desempenhadas à altura dos fatos era profundo conhecedor da chamada ´rede tentacular´ montada pelo empresário Manuel Godinho para conseguir favorecimentos em troca de contrapartidas, expôs, pessoalmente, a sua disponibilidade de falar no julgamento no inicio da 17ª sessão, dirigindo-se ao juiz presidente.
A intervenção do antigo quadro da O2, que a defensa alega ter agido sempre a cumprir ordens de Manuel Godinho, incluindo na organização das famosas prendas para uma extensa lista de personalidades e detentores de cargos, será feita, por indiciação do magistrado Raul Cordeiro, após o depoimento do inspetor da Polícia Judiciária (PJ), Afonso Costa, que continua a ser ouvido como testemunha do Ministério Público (MP) no âmbito da sua participação na investigação que envolveu, sobretudo, as relações entre a REN e a O2. |