No julgamento “Face Oculta”, hoje de manhã, Armando Vara assumiu ter abordado os problemas de Manuel Godinho com a REFER num almoço em Ovar, mas continuou a negar envolvimento em estratégias para afastar a Administração da Empresa Pública, que "estava a colocar muitos obstáculos aos negócios do empresário de sucatas".

Também admitiu ter comentado "entraves" da Secretária de Estado dos Transportes, Ana Paula Vitorino, numa escuta de conversa que manteve com Cardoso Reis, então Presidente da CP.

O Juiz Presidente do colectivo autorizou, esta manhã a consulta desta e de outras intercepções que não constam da acusação. Ainda assim, a admissão a julgamento como prova fica dependente de despacho posterior. Foi assim "ao encontro" da maioria dos advogados, como o de Armando Vara, Tiago Rodrigues Bastos. "Estando requerida a junção de determinados produtos, os advogados que quizerem podem ouvir para depois se pronunciarem, se devem ser admitidos ou não", adiantando que "o meu cliente teve uma demonstração de honestidade intelectual, perante a circunstância de um determinado produto indicar que houve alguém que se referiu a algo que ele tivesse dito, admitindo essa possibilidade, tentou fazer um esforço de memória e reafirmou que aquele assunto nunca foi tema de conversa, era uma circunstância que estava na ordem do dia, que o preocupava e poderá ter feito um comentário sobre isso", disse Tiago Rodrigues Bastos.

Armando Vara, que está acusado de tráfico de influências, vai continuar a ser ouvido, pelo segundo dia consecutivo.