Os dados foram revelados pelo Expresso On-Line. O Orçamento de Estado atira mais de uma centena de Câmaras Municipais para o “vermelho”. É que sem terem somado um euro à dívida, um terço dos municípios do País ficam, por via administrativa, em situação de endividamento excessivo. Nessa situação estão as Câmaras de Vagos, Aveiro e Ílhavo. Este foi um dos assuntos em destaque no programa de debate político “Discurso Directo” que pode ser ouvido amanhã às 11h00 na Terra Nova. Para José Vaz do PS, a situação financeira da autarquia ilhavense "está controlada", mas, o limite de endividamento acarreta a responsabilidade de abater a dívida nos próximos anos. "A Câmara de Ílhavo não está numa situação muito má, o limite é ultrapassado numa percentagem pequena, ainda há pouco tempo tivemos uma proposta aprovada para que a Câmara se possa candidatar a um financiamento do Banco Europeu de Investimento, uma vez que já não tínhamos capacidade de endividamento na Banca, a verdade é que estamos no limite, sempre na ânsia de fazer obra, por acaso toda ela bem feita", adiantando que "agora resta saber se temos dinheiro para a obra realizada no Concelho sabendo-se que o limite de endividamento passará para metade, mas não terá efeitos retroactivos, não vamos falir em Ílhavo, o problema é que durante dez anos temos de colocar o limite de endividamento no limite e isso implica o pagamento de um milhão de euros por ano", disse. Flôr Agostinho do PSD fala em "classificação puramente estatística", sublinhando que não ficou surpreendido com a notícia. "Toda a gente sabe que há uma dívida na Câmara de Ílhavo de 28 milhões de euros e o limite de endividamento foi agravado para algumas Autarquias", disse. José Alberto Loureiro do PCP teceu criticas à gestão autárquica e sublinhou estar preocupado com esta situação, que acarretará o pagamento de “facturas adicionais”. "A Câmara de Ílhavo está no gupo dos municipios em situação mais grave, pois já estava no (vermelho) e agora ainda ficou pior, sempre me disseram que estava tudo controlado e não é verdade, diziam nas Assembleias que não existiam problemas financeiros, gostava que fosse assim mas não é". "Afinal é o Ministério das Finanças que vem dizer o contrário do que dizem os responsaveis da Cãmara e isto para os ilhavenses é muitissimo grave", concluiu. Tudo acontece, segundo o Expresso, por causa do Orçamento de Estado para o próximo ano, que fixa novo limite ao endividamento das Autarquias, passando de 125 por cento de um determinado montante de receitas para 62,5 por cento do total de receitas autárquicas. |