Os dois vereadores proscritos na maioria PSD-CDS da Câmara de Aveiro vão manter-se em funções "baralhando" as contas da presidência na gestão municipal. Isto apesar de esvaziados de todas as suas funções executivas, depois de terem votado, na semana passada, contra o contrato de cedência do estádio municipal ao Beira-Mar, que foi proposto pela presidência.

Ana Vitória Neves, independente eleita pelo PSD, que já tinha ficado sem o pelouro das finanças há um ano atrás, voltou a não ser sensível às pressões partidárias dos últimos dias, continuando disposta a exercer o cargo que assumiu em 2009 a convite, justamente, do líder da edilidade.

Já Miguel Fernandes, do CDS, também alvo da anterior restruturação de competências delegadas, remeteu-se ao silêncio e a concelhia do partido, que lhe retirou a confiança, não está a contar com a renúncia, aguardando agora que os orgãos disciplinares do partido actuem em conformidade. A coligação “Juntos por Aveiro”, a cumprir o segundo mandato, passará, assim, a contar apenas com quatro eleitos: Élio Maia, presidente (independente), e os vereadores Carlos Santos (PSD), Pedro Ferreira (PSD) e Maria da Luz Nolasco (CDS). Com este novo cenário, altera-se, agora de forma mais vincada, a correlação de forças no seio da vereação. No actual mandato, foram evidentes, em outras ocasiões divergências de fundo na maioria, não só com episódios envolvendo os eleitos afastados pelo presidente mas também a vereadora da cultura Maria da Luz Nolasco, neste caso devido a uma pretensa tentativa de concessionar o teatro Aveirense.

Os três eleitos do PS juntamente com os vereadores agora sem pelouros, passam, caso actuem de forma concertada, a ter possibilidade de condicionar a gestão camarária de forma determinante.

O presidente da Câmara anunciou que vai aproveitar a Assembleia Municipal, esta quarta-feira à noite, para se pronunciar sobre a cessação de funções dos vereadores e redistribuição de pelouros.

Fonte: NA