O PSD impediu a criação de uma comissão na Assembleia Municipal para acompanhar a execução do Plano de Saneamento Financeiro em vigor desde fins de 2007. A proposta apresentada pelo PCP destinava-se a avaliar a aplicação das medidas, indo além dos relatórios periódicos que a Câmara é obrigada, por lei, a apresentar. António Salavessa, deputado do PCP, questionou a redução de colaboradores e poupanças com horas extras, concluindo que os dados revelam “muita falta de rigor”. Pela bancada do Bloco de Esquerda, João Dias estranhou o aumento de receitas através da cobrança de IMI na actual conjuntura.

Do lado do PS, Marques Pereira, voltou a denunciar “o rotundo falhanço” do Plano exigindo saber, novamente, se a Câmara assume estar em desequilíbrio financeiro estrutural, o que implicaria um novo plano de reequilíbrio.

A bancada do CDS dividiu-se. Três eleitos votaram contra, dois estiveram a favor e verificou-se ainda uma abstenção. O CDS lembrou a responsabilidades dos socialistas. “Ao longo destes seis anos, o PS vem dizer que está disponível para ajudar, mas quando passou na Câmara nunca levou a teoria à prática”, acusou Paulo Marques, do CDS.

Para Olinto Ravara, do PSD, a demora na entrega dos relatórios impede uma análise mais atempada. Só o próximo, já na sessão seguinte da AM, permitirá verificar “números frescos” e fazer uma leitura “mais correcta” e apresentar propostas de correcções.

A recusa dos sociais democratas foi “imputada” à ausência “de postura de colaboração do PS” para a resolução dos problemas do município, como explicou Manuel António Coimbra.

Pedro Ferreira, vereador do pelouro de finanças, rejeitou alegados “falhanços” apontados pela oposição. “Muitas das medidas estão a ser executadas”, garantiu, nos esclarecimentos, o vereador das Finanças, notando que o PS já “mudou” o discurso, assumindo, por exemplo, que ocorreu uma redução de funcionários.