Contas aprovadas por maioria. A oposição votou contra e deixou mais um alerta para a permanência da Câmara de Aveiro no “vermelho”. Chega a dizer que há aumento de dívidas mesmo com a entrada de 58 milhões de euros. António Salavessa, do PCP, quer medidas urgentes e uma comissão em sede da AM para acompanhar mais de perto as contas. “Perante o que consta do relatório vamos propor que se constitua uma comissão para junto da CMA avaliar a situação do plano para saber se podemos ou não declarar a situação de incumprimento”, adiantou Salavessa. Para Ivar Corceiro, do BE, a Câmara escondeu algumas “verdades” e evitou cortes onde há desperdícios. “No que são objectivos sociais e acção social a Câmara fica aquém do desejado. Numa coisa o vereador Pedro Ferreira tem razão. É em preocupar-se com as transferências para as empresas municipais. O executivo não faz o que devia fazer que era a extinção de empresas municipais para reduzir o recurso a serviços externos”.

Raul Martins, PS, contrariou a diminuição da dívida, apresentando um cenário diferente. “No documento estão postas a nu das mentiras do executivo. As dívidas a terceiros aumentaram mais de 7 milhões de euros de 31/12/2009 a 31/12/2010. O total das dívidas em 2009 era de 154,7 e em 2010 é de 161,91 milhões”.

Olinto Ravara, pelo PSD, negou que se esteja “em falência”, atribuindo o “alarmismo” da oposição “a uma questão política e não económica”. “A não ser que os senhores queiram manietar o executivo, impedindo o acesso a financiamento durante cinco anos, então avance com o que propõem”.

As contas acabaram por ser aprovadas pela maioria. A oposição votou contra. Afastando o pedido de ruptura financeira, o vereador Pedro Ferreira pediu mais tempo para se verem os resultados do plano de saneamento financeiro que tem dois anos de execução e só prevê o equilíbrio das contas em 2013. “A forma para ultrapassar o problema é perceber o que foi feito de mau. Algumas opções contribuíram ao nível da despesa corrente e é aí que iremos actuar”.