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26-04-2011

Mealhada celebrou a Revolução dos Cravos.


Os 37 anos da Revolução dos Cravos começaram a ser assinalados, no concelho da Mealhada, com um concerto de Paulo de Carvalho, no ...

Os 37 anos da Revolução dos Cravos começaram a ser assinalados, no concelho da Mealhada, com um concerto de Paulo de Carvalho, no sábado à noite, dia 23 de Abril, no Cine-Teatro Messias, e terminaram ontem com as habituais comemorações do Dia da Liberdade.

A sessão solene da Assembleia Municipal da Mealhada contou, este ano, com a presença de um representante da Associação de Deficientes das Forças Armadas (ADFA), João Vasconcelos.

A Revolução dos Cravos começou a ser comemorada no concelho da Mealhada na noite de 23 de Abril, com um concerto de Paulo de Carvalho. Aquele que deu voz à música “E Depois do Adeus”, que serviu de senha para a revolução de Abril, subiu ao palco principal do concelho para presentear o público com esse e outros temas emblemáticos, "que fazem parte da memória colectiva dos portugueses".

Com sala cheia, Paulo de Carvalho recordou o Dia da Liberdade, fazendo-se acompanhar ao piano por Victor Zamora.

Já na manhã de segunda-feira, a data foi assinalada com o hastear da Bandeira Nacional nos Paços do Município, a guarda de honra pelos Bombeiros da Mealhada e Pampilhosa, o hino nacional executado pela Filarmónica Lyra Barcoucense 10 de Agosto, a largada de pombos pelo Grupo Columbófilo da Mealhada e a deposição de uma coroa de flores junto ao monumento aos mortos em combate do concelho. Seguiu-se a sessão solene da Assembleia Municipal da Mealhada que, este ano, teve início com o discurso de um representante da ADFA. “Foram 10 mil mortos, poucos mais de 25 mil feridos e muitos camaradas que trouxeram a guerra na cabeça. O stress pós-traumático ainda hoje prejudica a vida de muitos portugueses e das suas famílias. Ainda hoje andam na guerra”, afirmou João Vasconcelos, antes de contar com precisão todos os acontecimentos históricos que levaram à criação da ADFA. “Hoje continuamos a nossa luta pela dignidade da vida e dessa não abdicamos”, concluiu.

A palavra foi dada, então, aos representantes dos partidos políticos que, como sublinhou o presidente da Assembleia Municipal da Mealhada, Miguel Felgueiras, hoje “dão corpo à democracia”. O último discurso coube ao Presidente da Câmara Municipal da Mealhada. Carlos Cabral teceu duras críticas ao facto de, este ano, não existirem comemorações do Dia da Liberdade na Assembleia da República. “Uma Assembleia da República que não quer comemorar Abril porque está dissolvida, mas que continua a pagar os ordenados aos seus membros. É triste! Ela só existe porque existiu o 25 de Abril”, reforçou o autarca, que deixou contudo palavras de esperança e de confiança.

“É possível fazer algo de positivo pelo país, com muito trabalho, muita dedicação, muita união. A culpa é de todos e todos temos que saber respeitar os valores conquistados, de democracia, de liberdade, de igualdade. Os partidos devem reformular-se, as guerras partidárias têm de acabar, cada partido deve ter os seus valores e saber respeitar os dos outros e juntos devemos procurar o melhor para o país”.


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