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01-04-2011

Especialistas querem legislação, medição e controlo de odores.


Ainda que o efeito dos odores seja mais ao nível da deterioração da qualidade do ar, Miguel Coutinho, do Instituto do Ambiente e ...

Ainda que o efeito dos odores seja mais ao nível da deterioração da qualidade do ar, Miguel Coutinho, do Instituto do Ambiente e Desenvolvimento (IDAD), salienta que também podem provocar efeitos nocivos na saúde humana, não só psicológicos mas também fisiológicos (náuseas, vómitos, dor de cabeça, problemas respiratórios, entre outros). Os (maus) odores são impossíveis de esconder, são incomodativos e podem ter efeitos nocivos sobre a saúde (principalmente ao nível psicológico) das populações afectadas. No entanto, não há legislação nacional, ou europeia, específica sobre a emissão, a medição, o controlo e a gestão dos odores, tal como já existe para o ruído e outros poluentes atmosféricos que afectam ou incomodam as populações. Esta uma das ideias fortes do encontro desta semana, no IDAD, sobre “odores”.

As fontes de odores são muito diversas, com destaque para as orgânicas e as industriais. Mesmo não tendo a gravidade que outros poluentes atmosféricos (não sensitivos) têm para a saúde pública, o secretário-geral do IDAD afirmou que “60% das queixas de poluição atmosférica estão ligadas aos odores”.

Miguel Coutinho reconheceu que não existe legislação nacional ou europeia sobre odores, ainda que alguns países, sobretudo a Alemanha e a Holanda, possuam algumas normas específicas sobre odores. Mesmo assim, considera que, tal como no ruído, também nos odores os municípios deveriam ter algum poder de controlo.

"Os odores são das coisas mais difíceis de quantificar”, afirmou o moderador do seminário e director do DAO, Carlos Borrego, alertando os presentes para os problemas relacionados com a medição, controlo e gestão de odores, área onde, como também reconheceu, “o nariz é o melhor detector” dos (maus) cheiros, que podem ser de origem tão diversa como doméstica ou industrial, orgânica ou química.

Mesmo não havendo legislação, Carlos Borrego reconheceu que “há soluções técnicas que permitem chegar a um compromisso entre a qualidade e o preço”, ou seja, há meios técnicos que podem minimizar a emissão dos odores nas fontes de produção com custos comportáveis para essas unidades emissoras, tal como acontece com os equipamentos de minimizam a emissão de outros poluentes atmosféricos ou de ruído.


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