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12-01-2006


Aveiro - Estudo defende planeamento da formação de professores até 2020

Investigadores da Universidade de Aveiro (UA) conceberam um método de "planeamento prospectivo" da formação de professores até 2020 destinado a "prevenir novas situações de ruptura" do sistema educativo (SE) .

Em 2020, se não for efectuada essa intervenção prospectiva, e mantendo- se as actuais tendências quanto ao número de colocados em cursos de formação e u ma reforma tardia dos docentes, o total de professores desempregados ascenderá a cerca de 140 mil, disse ontem à agência Lusa o investigador Pedro Gonçalo Mariano Pego.

"A actual disfunção existente entre a procura e oferta de professores r esulta da falta de planeamento prospectivo ao longo dos anos e, para que esse rá cio se volte a ajustar, é necessário intervir no sistema educativo", acrescentou o autor do estudo que proporcionou a criação da referida "ferramenta de cálculo ".

O modelo permite "avaliar de forma prospectiva", nos próximos 14 anos, "a evolução do sistema educativo relativamente à procura e oferta de professores ".

O método tem em conta, nomeadamente, as previsões demográficas da popul ação, alunos e taxas de escolaridade por nível de ensino, professores por grupo disciplinar, saída de docentes do sistema por motivo de reforma, novos professor es formados, carga horária, horas destinadas a cargos pedagógicos e dimensão méd ia das turmas.

Segundo Pedro Mariano Pego, a intervenção que importa efectuar no SE pa ssa por "medidas de política educativa eficazes, só possíveis através de um plan eamento prospectivo das suas necessidades em termos de recursos humanos", que te m "tradição em diversos países".

Para avaliar o impacto de medidas alternativas de política educativa fo ram considerados três parâmetros variáveis - dimensão da turma, idade de reforma e formação de professores - que, combinados entre si, resultaram na definição d e 10 cenários.

"Verifica-se um excesso de professores relativamente às necessidades do sistema em qualquer um dos cenários", afirmou Pedro Mariano Pego, que integra o Gabinete Inter-Universitário de Apoio ao Desenvolvimento Estratégico da Univers idade de Aveiro e que realizou o estudo no âmbito da sua dissertação de mestrado em Inovação e Políticas de Desenvolvimento.

O professor Eduardo Anselmo de Castro assina também o trabalho, na dupl a qualidade de coordenador daquele gabinete da UA e de orientador da dissertaçã o, apresentada em 2005.

"Assiste-se hoje a uma situação de desemprego na classe docente, genera lizada praticamente a todos os níveis de ensino e grupos disciplinares", referiu Pedro Mariano Pego, lembrando que em Setembro de 2003, segundo dados do Ministé rio da Educação e da FENPROF, 30 mil professores não conseguiram colocação.

Entre 2004 e 2005, o investigador desenvolveu uma análise prospectiva, até 2020, do mercado de trabalho dos educadores de infância, professores do ensi no básico do 1º, 2º e 3º ciclos e do ensino secundário.

Segundo o investigador, a preocupação então manifestada pela reitora Ma ria Helena Nazaré, quanto ao futuro dos cursos de formação de professores da Un iversidade de Aveiro, face aos riscos de desemprego, motivou a realização do est udo, a que a agência Lusa teve acesso.

"Uma oferta em excesso e totalmente especializada conferiu ao sistema u m elevado grau de rigidez, gerando dificuldades crescentes no processo de aloca ção dos professores, até a um ponto em que o SE deixou de se auto-regular e entr ou em ruptura", afirmou.

O investigador advertiu, no entanto, que uma intervenção prospectiva no sistema educativo "não gera resultados de forma automática, devido ao tempo de resposta lento do sistema".

Pedro Mariano Pego alertou ainda para "as consequências graves que pode m afectar o SE a partir de uma disseminação pouco cuidada" da informação aos ca ndidatos a cursos de formação de professores sobre as "necessidades reais do sis tema".

Segundo disse, os candidatos aos diferentes estabelecimentos de ensino superior do país, estando insuficientemente informados, "não formam expectativas racionais de forma eficaz" quanto ao seu futuro profissional como docentes.

"Num cenário extremo que colocasse 'numerus clausus' zero, a partir de 2005, para os cursos de formação de professores, que encurtasse a idade de refor ma dos docentes em cinco anos e reduzisse a dimensão média das turmas em todos o s níveis de ensino, conseguir-se-ia diminuir o excesso de quase 30 mil professo res, verificado em 2005, para menos de duas centenas em 2020", afirmou.

Este decréscimo - adiantou - "começaria a surtir efeitos só a partir de 2010".

"Dada a gravidade da situação (...), é da maior importância que se plan eie a médio e longo prazo as necessidades de formação de professores, para evita r novos desequilíbrios no sistema, por défice ou excesso", concluiu.

O Conselho de Ministro aprova quinta-feira, com a oposição dos principa is sindicatos do sector da educação, um decreto-lei relativo ao concurso de prof essores que obriga estes a permanecer três anos na mesma escola (e quatro a part ir de 2009).


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