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25-01-2005

Cerimónias


Editorial

Numa altura de eleições, era sempre mais tentador escrever umas linhas sobre as questiúnculas que vamos vendo diariamente passar nas televisões, rádios e jornais e cujo interesse é nulo para o futuro do nosso Pais.

Mas não, resolvi escrever sobre outras eleições, ou melhor, sobre as cerimónias de posse ou investidura de dois presidentes que ocorreram na semana que passou.

Primeiro, por mais recente, a investidura de Yuchenco na Ucrânia. Foi grossa a festa nas ruas de Kiev, havendo gente que apenas abandonou a praça da Independência na hora em que o seu presidente eleito entrara no Palácio do Governo. A alegria dos ucranianos foi igual neste dia, à determinação que puseram, na erradicação das fraudes eleitorais, que queriam manter o País sobre uma falsa independência e sob o jugo da Rússia. Não, que a evolução do antigo país dos sovietes comunistas não avance para a democracia, mas, porque ainda não perderam as velhas manias estalinistas de influência e tentativa de domínio regional. Para o mundo e para o ocidente foi uma cerimónia importante, e talvez sentindo isso, uma grande parte dos governos se tenha feito representar na cerimónia. Não foi uma festa com muita pompa, mas com a suficiente dignidade e emoção, que concerteza encheu de lágrimas de alegria os ucranianos que fazem em Portugal a sua diáspora.

No outro lado do Atlântico, em Washington, tomou posse George W Bush. Os americanos são especialistas em paradas civis com ou sem majoretes, paradas militares, festas de todo o tipo, bailes de gala ou com menos brilho, etc. Para eles é tempo de festa, festa tem de ser espectáculo e nisso eles são do melhor que há neste globo. Foram 3 dias de festança, GW Bush dançou em 10 bailes oficiais, jantou em 3 jantares à luz das velas com grandes doadores, percorreu 2,8 km na parada presidencial. A segurança, a cargo do município, contou com 6000 polícias e 7000 militares. Houve um sem número de Bbq (churrascos) populares, e muitos americanos anónimos pagaram entre 250 e 125 dólares para assistir às cerimónias ou à parada. Os americanos gostam destas coisas e o governo oferece-lhes o espectáculo.

Na Europa, muitos se apressaram a desdenhar, como aliás fazem a propósito de tudo o que esta administração americana planeia, sobre os 40 milhões de dólares que se gastaram na cerimónia inaugural (como lhes chamam os americanos). Esqueceram-se, com a mesma velocidade com que fizeram as críticas, de que este é um costume antigo dos americanos e que por exemplo Clintom gastou 33 milhões de dólares na sua cerimónia. Mas sobretudo esqueceram-se, de que tudo para os americanos é showbiz, e que com tudo eles sabem facturar. Houve cerca de meia centena de empresas que doaram 250 mil dólares, cerca de 70 que doaram somas de 100 mil dólares (muitas delas fizeram-no também com Clinton). Muitos americanos delocaram-se propositadamente e gastaram dinheiro para assistir e compraram “recurdos” dos mais inimagináveis. Esqueceram-se os críticos, que nas vésperas cerimónia os organizadores já tinham conseguido juntar praticamente 75% do custo total da “inauguração”. As críticas valem o que valem, e sobretudo na Europa não percebem que isto também faz mexer a economia local. Se calhar, bem feitas as contas, qualquer cerimónia de posse de um chefe de Estado Europeu gasta bem mais dinheiro. Já imaginaram algum destes críticos a pagar 20 contos para assistir a uma parada de um presidente, mesmo que fosse o mais politicamente certo dos eleitos?

António Granjeia*

*Administrador do Jornal da Bairrada


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