Milhares de toneladas de lixo estão, constantemente, a ser despejadas numa lagoa na zona da Espinheira. Os detritos são provenientes de empresas localizadas na zona industrial de Oliveira do Bairro e a GNR já esteve no local com vista a identificar os responsáveis pelo atentado ambiental. Na aldeia da Espinheira, nas proximidades da zona industrial de Oliveira do Bairro, o assunto é tema de conversa nos mais diversos locais. Os moradores das imediações argumentam que “ninguém consegue parar semelhante atentado ambiental” que, entretanto, já começou a contaminar as linhas de água. “Só posso dizer que é uma grande vergonha o que se está a passar. Não entendo como é que alguém, de uma forma consciente, está a aterrar uma lagoa, que até peixe tinha, com entulho proveniente de empresas da zona industrial de Oliveira do Bairro”, afirmou ao Jornal da Bairrada Braúlio Silva Este morador explicou ainda que o aterro começou a ser efectuado por um indivíduo residente na zona e que, a partir daí, muitas pessoas se deslocam, propositadamente, ao local para despejar lixo. “Imagine-se que até um cão já vieram despejar mesmo aqui ao lado da minha casa. A verdade é que isto parece não ter fim, mas é necessário que alguém de direito resolva este problema”, sublinhou Braúlio Silva. Relativamente à qualidade das águas, Braúlio Silva afirmou ainda que o seu filho, que mora a cerca de 100 metros da sua casa, já deixou de ter água potável para consumir. “O meu filho não tem água da rede pública, e a água do poço está completamente branca, cheia de gesso, o que o obriga todos os dias a vir à minha casa buscar água”. Bráulio Silva aponta ainda o dedo à empresa que está a efectuar as descargas, argumentando que já chamou o condutor à atenção, mas acabou por ser maltratado. Cheiros nauseabundos Uma outra moradora argumenta que comunga da mesma opinião de Braúlio Silva e refere que, “infelizmente, o local começou também a ser frequentado por pessoas que se deslocam a qualquer hora do dia ou da noite para despejar lixo”. Mas o pior para esta habitante são os maus cheiros, as moscas e mosquitos que se começam a fazer sentir nos dias mais quentes. “Isto é um cheirete muito grande. Ninguém consegue estar aqui e ainda por cima as melgas começam a invadir as casas”. “Estou farta desta situação e a verdade é que parece que ninguém olha para a gravidade do que se está a passar”, argumenta a nossa interlocutora. António Mota Vereador do ambiente “Não vamos deixar passar esta situação em branco. Os serviços de fiscalização já detectaram este problema e as entidades competentes já foram notificadas. O condutor que efectua a maior parte das descargas já foi identificado e o mesmo argumentou que pensava que o local estava licenciado para o efeito, uma vez que estava a despejar o lixo por indicação de uma empresa de Oliveira do Bairro. A GNR através da equipa da natureza, vai estar no local, enquanto que a câmara vai notificar os responsáveis para remover todo o lixo que deverá depois ser conduzido a destino final. Serão aplicadas as coimas consagradas na lei para este tipo de situações, sendo certo que não vamos permitir que estas situações possam acontecer, mesmo às portas da cidade. A Câmara vai continuar muito atenta a este tipo de situações. Não vou deixar passar em branco estes atentados à saúde e ao ambiente”.Diário de Aveiro |