INICIATIVA COMEÇA HOJE NA FREGUESIA DE OIÃ

Nos próximos dias 18, 19 e 20, vai decorrer o I Encontro Internacional de Coros da Bairrada, em que participam cerca de 700 coralistas, provenientes de 15 corais, sendo três da vizinha Espanha, e actuarão em vários espaços, numa grande divulgação da música coral, conforme afirma António Peixoto, presidente da Casa do Povo do Troviscal, uma dos grandes responsáveis por um evento desta magnitude.

As vantagens são muitas

- Este ano, a edição do Encontro de Coros “virou” internacional, com a participação de três corais espanhóis. Quais as razões e quais as vantagens?

- O encontro de Coros não “virou” internacional. Se reparar no programa de dia 18, à noite, encontram-se todos os Corais da Bairrada, em salas e lugares diferentes, respeitando a sua origem e o objectivo, um dos quais era a aproximação e convívio entre corais da nossa região. Este ano, o Orfeão da Casa do Povo do Troviscal em várias reuniões com todos os Corais, pretendeu dar uma imagem e dinâmica diferentes, com várias actuações por grupo, em vez de uma, e acrescentando grupos estrangeiros para dar mais destaque ao evento. A ideia foi bem acolhida pela esmagadora maioria, embora havendo reservas de um que outro devido à magnitude do evento. Decidiu-se então criar uma comissão, da qual eu sou o presidente, tendo comigo elementos de outros grupos. As vantagens são muitas. Tomando em conta que já somos pelo menos 15, acho que já deve ser altura de começar a unir para criar eventos deste género para sermos vistos com outros olhos. Porque temos grupos de grande qualidade e sendo todos amadores trabalhando por carolice a troco de nada, talvez seja a única actividade cultural musical que trabalha gratuitamente onde quer que vá! Por isto e outras razões é que penso que eventos desta natureza só vão trazer vantagens em muitos aspectos, sobretudo em dar a conhecer às populações que existimos.

- Acredita numa maior adesão da parte do público?

- Acredito que sim, que vai haver adesão por parte do público, visto ser em 5 espaços diferentes. Felizmente, coincidiu com a semana do “Viva Associações”, onde também vamos actuar na Piscina Municipal, sábado à noite e no domingo, pelas 11 horas, haverá um grandioso desfile, com cerca de 650 coralistas, pela avenida de Oliveira do Bairro em direcção aos Paços do Concelho, onde actuarão todos em conjunto, acompanhados da Banda União Filarmónica do Troviscal, cantando uma peça internacional “Canticorum Jubilo”.

Promoção da região

- Como vêem as gentes bairradinas a música coral que tem vindo a ter grande desenvolvimento através da criação de novos grupos?

- Apesar da criação de mais grupos corais, o que vem acontecendo ultimamente, acho que as populações ainda não estão sensibilizadas para assistir a concertos de corais, mesmo sendo gratuitos. Não sei se é por falta de divulgação adequada ou por falta de sensibilidade para esta vertente musical. O público realmente é pouco. Pode ser que, a partir de agora, as coisas comecem a mudar aos poucos com eventos como este. Pelo menos, temos a esperança disso. Acho que, com a colaboração de todas as entidades oficiais, empresas, comércio e população, tudo se torna mais fácil. Afinal, os intercâmbios entre corais, sejam nacionais ou estrangeiros, promovem muito o turismo e as nossas regiões. Seria bom que as nossas empresas apostassem em investir, apoiando estes eventos porque só têm a ganhar.

- Esse facto acarreta elevadas despesas para a Comissão Organizadora. Onde vai encontrar apoios?

- As despesas este ano são suportadas, uma parte pelos corais, Casa do Povo do Troviscal, e colaboração da Câmara Municipal de Oliveira do Bairro, que tem um papel fundamental e talvez o mais importante.

Algumas dificuldades

- Quais as grandes dificuldades na organização de um evento do género? A organização esteve praticamente a cargo do Orfeão do Troviscal... Ou não foi assim?

- Realmente, houve dificuldades na organização deste evento, talvez por ser o primeiro deste género e dimensão. Também como houve mudanças em algumas direcções de corais, não foi fácil conciliar tudo. Daí o Orfeão da Casa do Povo do Troviscal ter realmente um árduo trabalho, mas também só seria possível com o Apoio da Câmara Municipal.

- Tendo a Mamarrosa um bom salão e até não tem grupo coral, por que não realizar ali um concerto, enquanto na freguesia de Oiã, há dois locais de actuação. Houve alguma razão para esta grelha?

- Nada de especial. Foi só para facilitar as deslocações dos corais, centralizando-os em menos espaços, uma questão de organização. Com respeito à Mamarrosa, não está esquecida, apesar de não ter nenhum grupo coral. Estamos a organizar outros eventos onde o salão da Mamarrosa será um dos espaços escolhidos. É uma freguesia igual e com os mesmos direitos que as outras.

Se não fosse o apoio da Câmara

- Qual o papel da câmara neste acontecimento que coincidiu com o certame “Viva as Associações”?

- Quando a Casa do Povo do Troviscal pensou neste projecto, e depois de várias reuniões com os grupos corais, apresentámos este projecto à Câmara Municipal nomeadamente à vereadora Drª Laura Pires que nos acolheu com grande entusiasmo e dignidade. A partir daí, deu-nos forças e coragem para avançarmos, garantindo que nos apoiavam em tudo o que estivesse ao alcance. E eu aqui assumo toda a responsabilidade no que digo: se não fosse o apoio da Câmara Municipal, isto não seria possível. Quando encontramos pessoas como o Sr. Presidente da Câmara e Dra. Laura Pires e restante executivo que apoiam iniciativas como esta, nós, as associações, temos de mostrar respeito, retribuindo com o nosso trabalho. Por isso quisemos inserir este projecto no “Viva Associações”, não só para divulgar esta vertente da música como também para engrandecer o evento “Viva Associações”, encerrando com o desfile no domingo frente aos paços do concelho, em sinal de respeito pelo executivo e pela música coral.


Armor Pires Mota
Diário de Aveiro



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