CUSTOS ASCENDERAM A 551.280 MIL EUROS

O Museu de Etnomúsica da Bairrada, cujos custos ascenderam a 551.280 mil euros e que nasceu dentro de um projecto denominado “Centro Cultural do Troviscal”, vai reabrir, no próximo sábado, dia 24, pelas 10.30 horas.

A reabertura acontece um ano depois deste ter encerrado, uma vez que a obra não era propriedade da câmara, nem reunia condições para funcionar.

Segundo Laura Pires, vereadora da Cultura da Câmara Municipal de Oliveira do Bairro, muito em breve, serão instalados no Museu equipamentosmultimédia e outros elementos que vão conferir ao Museu a modernidade e interactividade

“Espólio do Museu foi enriquecido”

Jornal da Bairrada -O Museu de Etnomúsica da Bairrada vai abrir um ano depois. A que se deve o atraso?

Laura Pires,vereadora da educação-O Museu não vai abrir, vai reabrir, pois já esteve aberto ao público de Outubro de 2005 a Janeiro de 2006.

O anterior executivo entendeu inaugurar o Museu quando este ainda não era propriedade da autarquia bem como não reunia condições para funcionar. Por tal facto, foi necessário proceder a trâmites legais para que a câmara se tornasse a “dona” da obra, após falência judicial do empreiteiro, o que só veio a acontecer por acto judicial no fim de Março de 2006. Além disto, era necessário realizar obras de finalização e requalificação do espaço e mesmo contratos de fornecimento de serviços (electricidade definitiva, linha telefónica, fornecimento de guardas de interior e portas, elevador, sistema de ar condicionado, problemas de infiltrações nas reservas e na oficina, seguro de recheio e alarme) os quais eram inexistentes à data da inauguração.

Neste momento, alegra-nos saber que estamos em condições de reabrir este espaço de música e cultura e que finalmente ele estará ao serviço de todos quantos dele podem usufruir.

- Algumas associações, que depositaram espólio no Museu, queixam-se que foram remetidas ao silêncio ao longo deste período em que o Museu esteve fechado. É verdade?

- No momento de decisão sobre o encerramento - Janeiro de 2006 - todas as associações que colaboram com o Museu estiveram presentes na Câmara Municipal numa reunião com o Presidente, eu própria e os técnicos da área para se debater abertamente o assunto.

Nessa reunião foi esclarecido que o Horácio Branco, colaborador desta Câmara Municipal, ficava incumbido pelo executivo de manter contactos e visitas regulares às associações e particulares que sempre colaboraram com o Museu de EtnoMúsica, a fim de lhes prestar informações e esclarecimentos sobre o desenrolar dos trabalhos e entrega de protocolos.

Conhecendo o carinho que o Horácio sempre refere ter pelo projecto do Museu, acreditamos que esses contactos foram realizados com o máximo de empenhamento.

- Neste período em que o Museu esteve encerrado surgiram mais associações interessadas em depositar o seu espólio?

- Neste tempo ressalta a colaboração sobretudo de novos particulares. Fruto disso, o espólio do Museu foi enriquecido com doações e depósitos de vários artigos, sobretudo instrumentos. Todas as associações e particulares que já haviam estabelecido relação de parceria com o Museu continuam - num acto de extrema generosidade e dedicação à causa da Música de raiz tradicional portuguesa - a colaborar com o Museu de EtnoMúsica da Bairrada.

- Quanto custaram as obras necessárias à reabertura do Museu?

- As obras cifram-se em cerca de 35 mil euros.

Interactividade

- O que mudou em relação ao modelo anterior?

- Mudou sobretudo o facto de, no próximo sábado, e apesar de já ter havido uma inauguração, o Museu ser finalmente uma realidade de portas abertas.

O que mudou tem mais que ver com questões legais e de obra e menos com o modelo da exposição que é o que foi adquirido em Outubro de 2005 e serviu na inauguração oficial do Museu.

- Já foi anunciado que a autarquia pretende um Museu mais interactivo e moderno. O que vai ser feito nesse sentido? Para quando a concretização desses planos?

- Está neste momento a ser ultimado o concurso público que vai dar forma a esse objectivo. Contamos que, até final deste ano civil, seja possível renovar, completamente, a exposição com equipamentos de multimédia e outros elementos que vão conferir ao Museu a modernidade e atractividade necessárias para trazer até ele a comunidade escolar do concelho, da Região e do País.

“Vender o produto ao país”

- Será possível, alguma vez, rentabilizar o Museu?

- Com o investimento já feito para regularizar as deficiências apontadas e com o investimento que estamos dispostos a fazer para renovar completamente quer a exposição quer o espaço de experiências - acredito que vai ser possível “vender este produto” ao país.

Vai ser possível - a partir daquele investimento - rentabilizar o Museu naquilo que nele pode ser educação e conhecimento do que é este quinhão de portugalidade - a etnomusica.

Não olhamos para este, como para nenhum equipamento cultural, procurando rentabilização económica.

- Como vai dar a conhecer o Museu de Norte a Sul do país? Ou será que se trata de um Museu apenas com dimensão regional?

- O enfoque da exposição incide claramente sobre a nossa Região da Bairrada, que merece ser afirmada no que tem de excelente: vários produtos mas também, de entre eles, a música.

A dimensão do projecto - a sua divulgação - que queremos que tenha abrangência nacional, o que está em parte garantido por parecer favorável do Instituto Português de Museus/ Rede Portuguesa de Museus.

- As entradas são pagas?

- Nesta fase, e durante um período de divulgação e afirmação do Museu de cerca de meio ano, as entradas serão gratuitas Num momento posterior, os preços serão estabelecidos de acordo com os costumes da região e dos museus já existentes.
Diário de Aveiro



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