O GRANDE PASSO PARA O INÍCIO DAS OBRAS EM 2007

O ponto quatro da agenda de reunião do executivo de Mário João Oliveira, realizada na última quinta-feira, referia-se à doação de um terreno ao Instituto de Gestão Financeira e Patrimonial da Justiça - Ministério da Justiça - para a construção do futuro Palácio da Justiça que, tudo indica, vai ter início no próximo ano.

O dedo acusador

Trata-se de um terreno de 3.318 metros, adquirido numa zona “nobre” da cidade, junto aos novos paços do concelho. Trata-se de um lote que, antes de ser negociado, já havia recebido infra-estruturas. Daí que o valor de custo foi de 114.083 euros, preço que Manuel Campos Silvestre achou bom.

A doação “pode ser feita ainda este mês de Novembro, de modo que comece a ser construído em 2007” , afirmou o presidente da câmara.

Projecto parado há anos, Leontina Novo congratulou-se com o anúncio: “acreditamos que finalmente, vamos ter tribunal”, enquanto o colega de bancada, Manuel de Campos Silvestre, não só elogiou a “persistência” do presidente da câmara, como considerou o local onde irá ser edificado “nobre e digno do nosso concelho”.

Mas havia de ser o vice-presidente, Joaquim Santos, a evocar responsabilidades pelo atraso: “o tribunal está no ponto em que está por falta de vontade política”, já que no PIDDAC de 2004 havia uma verba de 500 mil euros. Mas aproveitou para anunciar que o projecto, que tem barbas, não será executado tal qual “está elaborado”.

“Passaram-se muitos anos...”

Este é um assunto que me diz muito”- aproveitou para dizer Laura Pires, vereadora da cultura, e advogada de profissão, e lembrou as questões levantadas pela bancada laranja nas assembleias municipais.

Realçou ainda o papel que teve António Manuel Dias Cardoso, então vereador da oposição, a quem Acílio Gala encarregara de tratar do assunto do Tribunal, o que fez, fazendo imensos e frutuosos contactos, nomeadamente com o juiz desembargador Matos Fernandes, ligado ao ministério da Justiça e que vivera na então vila de Oliveira do Bairro. “Faltava a doação” e “passaram-se muitos anos até estarmos aqui” , lembrou a vereadora, rematando: “isto honra-nos todos - somos sete, não somos quatro”. Isto é, não quis puxar os louros apenas para os elementos do executivo do PSD.

Congratulou-se realmente com o desenvolvimento do processo, que havia emperrado, tanto mais que nas instalações do actual tribunal “é impossível dar resposta”, porque, acrescentou, “as condições são muito gravosas”.

Armor Pires Mota
Diário de Aveiro



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