VIOLADA DENTRO E FORA DO CARRO

Uma jovem, de 21 anos, residente em Águeda, foi, alegadamente, violada por um indivíduo, ex-namorado, de 28 anos, residente em Recardães, no último sábado de Outubro. A.C. apresentou queixa na GNR de Águeda, conforme o JB noticiou na semana passada.

“Entrei em pânico e comecei a ser esbofeteada”

A rapariga, de 21 anos, vinha de uma discoteca da região, quando encontrou o rapaz, com quem tinha rompido namoro há três dias, à porta de casa, nas proximidades da Escola Marques Castilho em Águeda.

A jovem já desconfiava que o ex-namorado estaria à porta de casa, segundo afirmou ao Jornal da Bairrada, pois, no caminho entre a discoteca e a sua casa, recebeu duas chamadas, onde o alegado violador dizia: “estou à tua porta, à tua espera”, mas “longe de saber o que me ia acontecer”.

A.C., quando chegou a casa, deparou com a carrinha. “Ele estava calmo e eu aceitei entrar na carrinha dele, sem que tivesse sido forçada. Mas mal entrei, trancou as portas”.

O alegado "passeio" rapidamente se transformou numa viagem de pesadelo. "Ele depressa mudou de postura. Começou a criticar-me por ter acabado a relação, disse que eu não seria de mais ninguém e bateu-me na cara", acusa.

O indivíduo, que, segundo a alegada vítima, trabalha numa empresa metalúrgica em Oiã, conduziu, entretanto, a carrinha para uma zona de pinhal, localizado na Rua da Estradinha, Carvalhinhos, S. Martinho, em Aguada de Cima.

“Entrei em pânico, pois comecei a ser esbofeteada pelo caminho e, naquela altura, só pretendia saltar fora da carrinha. Comecei a apitar e a gritar”.

Terá sido esse barulho que levou os moradores de três casas que ficam nas imediações à janela, "acabando, um deles, por tirar a matrícula do carro", revela ao Jornal da Bairrada a mãe da presumível vítima. Aliás, uma das moradoras contou ao Jornal da Bairrada que, nessa madrugada, ouviu vários gritos de uma jovem.

“Ouvi um carro a passar em direcção a um pinhal, e uma rapariga a gritar pára, pára. Algum tempo depois, ouvi, novamente, o carro a regressar daquele local e foi aí que anotei duas letras da matrícula da viatura”.

“Violada dentro e fora do carro”

A.C. diz ainda que foi violada dentro e fora do carro e que a GNR foi ao local buscar peças de roupa que terão sido rasgadas durante a suposta agressão.

“Fiquei cheia de hematomas, que ainda hoje são visíveis, até a vagina estava cheia de lama. Foi horrível o que ele me fez, até as mãos dele ficaram marcadas no pescoço”.

Entretanto, o homem acabou por largar A.C. no pinhal, afirmando que "agora, sim, acabou-se. E para todos os efeitos, não fui eu, terá sido o anterior namorado", acrescenta a mãe.

A.C. ficou a deambular naquele local, completamente desorientada, sem saber muito bem onde estava e para onde se dirigiu.

“Andei cerca de dois quilómetros a pensar que estava a caminho para Águeda, mas ia no sentido contrário”. “Foi um padeiro que me auxiliou e deu-me boleia para casa”.

Entretanto, A.C. deu entrada no Hospital de Águeda, tendo sido transferido para Aveiro e depois para Coimbra onde foram efectuados exames médico legal.

Que se faça justiça

A mãe de A.C. diz que o alegado violador tem dito, em locais públicos, que está inocente, mas “como se explica que no mesmo dia a GNR tenha ido a sua casa buscar a carteira da jovem completamente suja de lama e terra”?
Diário de Aveiro



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